28/03 - 12h21
Patrícia Scalzer
Quem depende de algum medicamento para manter a saúde em dia terá de se preparar para pagar mais caro por ele a partir deste domingo (31). O reajuste nos remédios, que pode chegar até 5.85%, foi autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). O aumento é repassado para todos os medicamentos disponíveis nas prateleiras e estoques das farmácias. A população não gostou da notícia.
O aposentado Marino Santos precisa tomar todos os dias remédios para controlar a hipertensão. Ele conta que gasta cerca de R$ 50 todo mês para comprar os medicamentos. Para Marino os medicamentos deveriam ser mais baratos, já que muitas pessoas não podem viver sem.
“Isso é obrigatório. Quando o médico receita um remédio de hipertensão ou para o coração, tem de tomar. Porque com a idade, a pessoa vai enfraquecendo, ai não tem jeito, tem de tomar remédio”, afirma.
O engenheiro Walter Montemor diz que ao invés de aumentar, os medicamentos deveriam ficar mais baratos, já que o reajuste beneficia os empresários, mas prejudica o consumidor. “O governo deveria interferir para que o reajuste só acontecesse em último caso. Hoje em dia, uma grande parcela da população tem algum tipo de enfermidade e necessita de algum tipo de remédio. Uns mais caros, outros mais em conta, mas sempre precisa gastar com medicamento”, conta.
Já o engenheiro José Erildo diz que o reajuste é algo que não tem como evitar, porém, ele sugere que o governo amplie a lista de medicamentos contemplados no programa Farmácia Popular. Por meio deste programa é possível comprar alguns medicamentos com até 90% de desconto.
Ele compra medicamentos através do programa e conta que a economia é significativa. “Eu pago em torno de R$ 60 por mês. Mas se eu fosse pagar o preço normal, eu iria pagar cerca de R$ 200 por mês com os remédio”, diz.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Espírito Santo (Sincofaes) , Edson Marchiori, no reajuste é feito um cálculo baseado em fatores como inflação, produtividade das empresas e preço dos insumos usados na produção dos remédio. “Nós temos despesas, impostos e salários dos funcionários para pagar e infelizmente temos que repassar isso para o consumidor.”, explica.
Segundo o presidente do Sincofaes, o reajuste varia de acordo com o medicamento. “Os medicamentos que terão o reajuste máximo, de 5,85%, são os de maior competitividade e que disputam com os genéricos. Mas também tem muitos medicamentos que terão apenas 2,80% de reajuste”, conta.
Marchiori orientou os consumidores a ficarem atentos com as promoções que algumas farmácias devem fazer na próxima semana, já que cada estabelecimento decide quando irá repassar o reajuste para o consumidor.
OUÇA A ENTREVISTA AQUI: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/03/cbn_vitoria/reportagens/1426453-prepare-o-bolso-remedios-vao-ficar-mais-caros-a-partir-de-domingo.html
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