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Terapia por estimulação cerebral profunda traz melhorias a nível motor
2013-02-21
Projecto Earlystim incluiu 251 doentes de Parkinson Os resultados de um estudo clínico, publicado recentemente no«The New England Journal of Medicine», mostram que o uso da terapia por estimulação cerebral profunda (Deep Brain Stimulation, DBS) garante maiores benefícios em doentes de Parkinson com problemas motores numa fase inicial, quando comparados com doentes em tratamento médico optimizado ou farmacológico. O projecto Earlystim incluiu 251 pessoas com Doença de Parkinson de 17 centros na Alemanha e França, seguidos ao longo de dois anos.
O primeiro grande estudo multicêntrico, randomizado e controlado para avaliar os doentes de Parkinson com complicações motoras precoces mostra que os pacientes tratados com a terapia por DBS, em conjunto com o tratamento farmacológico, obtiveram uma melhoria média de 26 por cento na sua qualidade de vida relacionada com a doença aos dois anos.
Outras conclusões importantes do estudo revelam uma melhoria de 53 por cento nas aptidões motoras (numa condição sem medicação), de 30 por cento em várias actividades da vida diária, incluindo a fala, a escrita, capacidade para vestir-se e para andar; uma melhoria de 61 por cento em complicações induzidas pela levodopa (fármaco do grupo dos antiparkinsónicos), incluindo discinesias e flutuações motoras, nos participantes que receberam a terapia de estimulação cerebral profunda há dois anos; uma redução de 39 por cento da dose diária equivalente de levodopa no grupo de terapia DBS versus um aumento de 21 por cento na dosagem em participantes que receberam unicamente tratamento médico optimizado.
"Estes resultados reflectem uma mudança na forma como os pacientes podem ser tratados e provam que a DBS pode melhorar a sua qualidade de vida, mesmo nos estádios iniciais da doença quando as flutuações e discinesias começam e tradicionalmente os médicos usam exclusivamente tratamento farmacológico", segundo Günther Deuschl, professor de Neurologia da Christian-Albrechts-University de Kiel e investigador principal do estudo Earlystim na Alemanha.
Por seu lado, Yves Agid, do Pitié-Salpêtrière University Hospital (Paris) e investigador principal do estudo em França, refere que "estes resultados permitem que os médicos se sintam confiantes ao usar a terapia de DBS no início da progressão da doença em pacientes que cumpram os critérios de selecção adequados".
DSB em fase inicial
Actualmente, a terapia de DBS é usada principalmente no tratamento de pacientes com Parkinson em estádios avançados da doença e que consequentemente apresentam complicações motoras incapacitantes, induzidas por levodopa, e que já não têm resultados satisfatórios apenas com medicação.
Os participantes no projecto Earlystim tinham uma duração média da doença de 7 anos e meio – cerca de cinco anos a menos do que os participantes em ensaios clínicos anteriores –, o que permitiu aos investigadores testar os benefícios da terapia de DBS logo no início das flutuações motoras e discinesia e enquanto as competências psicossociais ainda estavam asseguradas.
“Este estudo demonstra que não só é seguro tratar doentes de Parkinson numa fase inicial com a DBS, mas também que os pacientes obtêm maior benefícios terapêuticos comparativamente ao tratamento com medicação apenas. Por outras palavras, estes resultados permitem expandir a ‘janela de terapêutica’ durante a qual os pacientes podem beneficiar da DBS”, disse Lothar Krinke, médico, vice-presidente e manager da área de DBS na divisão de Neuromodulação da Medtronic.
Os parâmetros primários de segurança do estudo, tais como bem-estar psicológico e memória, e a incidência de eventos adversos não diferem significativamente entre os dois grupos.
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