quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cancer de pênis

 

Fonte: HOSPITAL A.C.CAMRAGO em http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/penis/46/

Com incidência maior em homens entre 40 e 50 anos de idade, o câncer de pênis ocorre em 2,9 a 6,8 casos para cada 100 mil habitantes no Brasil. A principal causa é a falta de higiene e a presença da fimose. A limpeza do órgão genital durante o banho, por exemplo, impede o acúmulo de esmegma (secreção das glândulas que ficam sobre a pele que cobre a cabeça do pênis e comum principalmente quando há fimose), fator causador de inflamação crônica.

No início, o câncer de pênis se apresenta na forma de células malignas concentradas nas camadas superficiais do pênis. Com o passar do tempo, o tumor se espalha pelo interior do orgão e atinge os linfonodos (ínguas) da virilha e abdome, configurando-se metástase. Quando chega a esse estágio, a amputação do órgão é quase inevitável. O papilomavírus humano (HPV), cuja contaminação ocorre por contato direto com a pele infectada (por meio das relações sexuais) é outra causa relacionada ao câncer de pênis.

  • Diagnóstico

No início, os tumores penianos são indolores ou pouco dolorosos, dificultando o diagnóstico precoce. Levantamento aponta que 90% dos pacientes que procuram pelo serviço de Urologia do Hospital A.C.Camargo se apresentam com doença avançada, com tumor grande e linfonodo aumentado. É fundamental que os pacientes deem importância às alterações visíveis no pênis e consultem um especialista, possibilitando assim que haja diagnóstico em fase inicial.

Como medida preventiva, é válido destacar que os pacientes portadores de fimose - condição onde não é possível fazer retração do prepúcio e exposição da glande para se fazer higiene - devem ser operados. Essa cirurgia, no entanto, não é necessária em termos de saúde pública para aqueles que apresentam apenas um excesso de prepúcio e conseguem expor a glande. 

  • Tratamento

A medida terapêutica tradicional para casos de câncer de pênis, principalmente quando a doença se espalha para virilha e o abdômen, configurando-se metástase, é a amputação parcial ou total do órgão e a remoção dos gânglios da virilha. O tratamento pode ser acompanhado por quimioterapia ou radioterapia. Quanto mais cedo for descoberta a doença maior é a possibilidade de adoção de procedimentos menos invasivos, que visem a preservação do pênis.

  • Fatores de Risco

Os principais fatores de risco para o câncer de pênis são a falta de higiene do órgão genital, fimose e infecção pelo vírus HPV. A incidência está diretamente relacionada a convicções religiosas e hábitos de vida dos diferentes grupos. Levantamento mostra que no grupo dos hindus, cristãos e parsees (seguidores de Zoroastro), que não costumam ser circuncidados (operação da fimose) ou fazem a cirurgia tardiamente, a incidência é de aproximadamente 3%, ao passo que nos muçulmanos operados de fimose entre os 3 e 12 anos é de 0.15% e nos judeus operados de fimose ao nascimento é próximo a zero, demonstrando o efeito protetor da cirurgia.

Sustentando a importância da operação de fimose como prevenção de câncer de pênis, estudo realizado no A.C.Camargo com 799 pacientes tratados a partir de 1953 mostra que 97.3% não eram circuncidados e os restantes fizeram a cirurgia na fase adulta. O comportamento sexual promíscuo também é fator de risco, principalmente por aumentar o risco de contaminação por alguns tipos de vírus do grupo HPV.

Estudo inédito liderado pelo Hospital A.C.Camargo e publicado em 2011 no Journal of Sexual Medicine relaciona a prática de sexo com animais como fator de risco isolado importante para o desenvolvimento de câncer de pênis. O estudo foi feito junto a 492 homens que vivem em zonas rurais brasileiras (171 com câncer de pênis e 374 sadios) e identificou que de 3 a 4 entre 10 pessoas dessas regiões tiveram uma ou mais relações com animais.

Como fator isolado, o sexo com animais - segundo a amostra - dobra o risco de desenvolver câncer de pênis. Uma das prováveis explicações para tal associação é o fato de que a mucosa genital do animal, mais “dura” que a humana, pode provocar microtraumas na mucosa do homem e colaborar com o desenvolvimento do câncer. Outra hipótese é a existência de elementos tóxicos na secreção animal ou de microorganismos capazes de infectar o ser humano.

 

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