sábado, 25 de maio de 2013

"Autismo é parte de mim, mas não me define", diz a cientista Temple Grandin

O melhor tratamento para as crianças autistas é descobrir seus pontos fortes e desenvolver essas habilidades, de modo que elas possam vir a ter uma vida independente e garantir o próprio sustento.
Essa é a mensagem de Temple Grandin, 65, uma das mais reconhecidas autoridades em autismo no mundo, que acaba de lançar nos EUA o livro "The Autistic Brain: Thinking Across The Spectrum" (O cérebro autista: pensando através do espectro).
No livro, ela mostra evidências de que o cérebro dos autistas é fisicamente diferente e diz que isso deve ser levado em consideração na identificação e no tratamento de pessoas com o distúrbio.
Também discute as definições de autismo na nova edição da chamada "bíblia" da psiquiatria, o DSM (Manual de Estatísticas de Diagnósticos), cuja versão mais recente foi lançada nos EUA.
A nova edição elimina as diversas classificações de autismo e as junta numa categoria só com diferentes graus de severidade.
Mas, principalmente, Grandin procura mostrar como pensam os autistas e como eles podem ser orientados. Ela mesma autista, inventou uma "máquina de abraçar", que a ajudava a controlar a ansiedade provocada por sua condição.
Cientista especializada em comportamento dos animais, sua história virou um filme ("Temple Grandin", de 2010), que ganhou prêmios em penca, inclusive sete Emmy.
"O autismo é parte de quem eu sou", escreve ela. "Mas não vou permitir que ele me defina. Sou uma expert em animais, professora, cientista, consultora."
Foi de seu escritório na Universidade do Estado do Colorado, onde dá aulas e realiza pesquisas, que ela concedeu por telefone esta entrevista à Folha.
























Folha- Qual sua avaliação da nova definição de autismo estabelecida no novo manual de psiquiatria, o DSM-5?
Temple Grandin - Alguns indivíduos não vão mais ser considerados autistas depois das novas definições. Elas terão impacto também sobre o acesso que essas pessoas têm ao seguro de saúde. O diagnóstico é todo baseado em análise do perfil de comportamento da pessoa. Não são levados em consideração os conhecimentos que temos sobre o cérebro dos autistas.
Seu novo livro trata do cérebro dos autistas. Em que ele é diferente?
As ligações são diferentes, meu cérebro é diferente do cérebro de um neurotípico [pessoa sem o transtorno]. Não é culpa da mãe ou da educação, autistas nascem com diferenças físicas.
Como deve ser o tratamento das crianças com autismo na escola?
A educação deve levar em consideração as habilidades da criança, investindo nelas. Se a criança tem habilidade para as artes, vamos investir nisso. É preciso trabalhar com a criança para enfrentar suas dificuldades. Se ela tem problemas para se relacionar, é preciso ensinar aos poucos as habilidades sociais, ensiná-la a cumprimentar, a dar a mão. Se não consegue falar, é preciso atacar esse problema, uma palavra de cada vez, ou usar música.
Como os país podem saber se seu filho é autista?
Não é preciso fazer ressonância magnética do cérebro para identificar autistas ou crianças com problemas de desenvolvimento. Se uma criança chega aos três anos e ainda não consegue falar, existe algum problema.
Como a família pode ajudar a criança?
A melhor forma é ficar muito tempo com a criança, horas a fio, conversando com ela, tentando ensinar uma palavra, um gesto de cada vez. Avós são muitos boas para isso; em geral, têm tempo para se dedicar aos netos e habilidades pedagógicas.
Na escola, devem ser colocadas em classes especiais?
As crianças com autismo podem frequentar escolas comuns, mas os professores precisam saber que elas têm necessidades e habilidades especiais. Uma criança autista pode ser muito fraca na escrita, mas ótima com os números. Então, ela deve receber atendimento extra para aprender a escrever ou ler e ser incentivada a progredir naquilo em que for boa --no exemplo, pode passar adiante da classe em matemática.
O que precisa mudar no atendimento à criança autista?
Os educadores devem focar nas habilidades das crianças autistas, não só nas suas deficiências, para que elas tenham melhores condições de se integrar à sociedade. As crianças autistas devem ser incentivadas a se especializar em alguma atividade.
Quando eu estive na escola, sofri muito com as críticas e as gozações dos outros. Eu me refugiei no desenho, no trabalho com os animais. A atividade especializada é muito boa para os autistas: música, artes, robótica, seja o que for.
O que fazer para que os autistas possam ter uma vida independente?
É preciso entender que os autistas pensam diferente. Alguns pensam em padrões, outros por imagens. É preciso aproveitar isso para ajudá-los, para que possam contribuir com a sociedade. Mas é preciso ajudá-los.
Eu sugiro que, a partir dos 12 anos, as crianças recebam orientações e treinamento em áreas que possam lhes ser úteis para que venham a ter um emprego, seja atendendo em uma loja, seja trabalhando com animais ou qualquer outra coisa.
THE AUTISTIC BRAIN: THINKING ACROSS THE SPECTRUM
AUTORES Temple Grandin e Richard Panek
EDITORA Houghton Mifflin Harcourt
PREÇO US$ 9,17 em e-book na Amazon.com (256 págs.)

RODOLFO LUCENA
DE SÃO PAULO



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pontos de cirurgias são substituídos por solda a laser

Biossolda
A solda a laser é largamente utilizada - na indústria automobilística, por exemplo - para soldar múltiplas peças de metal com rapidez e precisão.
Uma precisão que agora parece ter superado todos os limites, e operando em materiais que em nada lembram as duras chapas metálicas.
Uma nova técnica de soldagem a laser permite nada menos do que soldar tecidos humanos, substituindo os pontos dados após as cirurgias, que, além de incômodos e doloridos, apresentam alto risco de infecção.
O segredo da técnica está em um "eletrodo" especial, compatível com tecidos biológicos.
O eletrodo é o material que é "fundido" para juntar as peças metálicas por meio da solda - ele pode ser derretido, entre outras possibilidades, pela chama de um gás, por um arco voltaico ou por pulsos de um laser de alta potência.
O desafio dos pesquisadores foi criar um "bioeletrodo" que fundisse as partes separadas do tecido sob a ação do calor do laser, mas sem deixar que o calor causasse danos ao tecido.












A biossolda promete o desenvolvimento de um método cirúrgico sem costuras - sem pontos ou grampos. [Imagem: Huang-Chiao Huang et al./ACS Nano]
Cirurgia sem costura
Huang-Chiao Huang e seus colegas da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, criaram o que eles chamam de um nanocompósito plasmônico, um material formado por nanopartículas de ouro encapsuladas em peptídeos, formando um material de alta elasticidade.
As nanopartículas de ouro possuem propriedades ópticas - as mesmas usadas pela plasmônica - que transformam a luz emitida por uma laser na faixa do infravermelho próximo em calor.
Quando o material é ativado pela luz do laser, as proteínas desnaturam, formando um selo forte e muito resistente, com uma consistência pastosa, mas totalmente inerte, fechando a incisão feita para a cirurgia.
Essa biossolda promete o desenvolvimento de um método cirúrgico sem costuras - sem pontos ou grampos - que permite conectar ou fechar vasos sanguíneos, cartilagens em juntas, intestinos e até o fígado.
Os pesquisadores testaram a técnica de "soldagem de tecidos a laser" em animais de laboratório.
Segundo eles, novas avaliações serão necessárias antes que o método de cirurgia sem pontos possa ser testado em humanos.

Anvisa lança cartilha que esclarece mitos e verdades sobre o armazenamento do cordão umbilical

Segundo especialista, a chance de uma criança necessitar das próprias células-tronco é baixa












Getty ImagesA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) lança, nesta sexta-feira (24), uma cartilha com verdades e mitos sobre o armazenamento de sangue do cordão umbilical e da placenta. A iniciativa surge como contraponto à propaganda de clínicas privadas, muitas vezes enganosa, explica o gerente-geral de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos da agência, Daniel Coradi.
— Queremos esclarecer, trazer todas as informações necessárias para que as pessoas possam questionar: vale a pena recorrer a um serviço particular?”.
Armazenar sangue de cordão umbilical é prática cada vez mais comum no País

Segundo ele, há 17 bancos de sangue privados de cordão umbilical no País, que juntos armazenam aproximadamente 70 mil bolsas. O material, coletado no parto, é visto pelas famílias como precaução terapêutica: a criança quando crescer ou algum membro da família poderia se valer das células-tronco para o tratamento de doenças.
Mas, o presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Carmino Antonio de Souza, avisa que a "estratégia não é barata".
— Famílias pagam de R$ 5 mil a R$ 7 mil para coletar o material no parto e cerca de R$ 800 anuais para manutenção. “É como vender terreno na lua. Algumas clínicas afirmam que as células poderão ser usadas para tratar Parkinson, Alzheimer e alguns tipos de câncer. Mas não há nada atualmente que comprove isso”.
A arte das fotos de nascimento: fotógrafas se especializam em partos

O sangue de cordão umbilical, assim como a medula, é rico em células-tronco. Atualmente, o material tem sido usado para tratar pacientes com doenças hematológicas. O tratamento é feito basicamente em bancos públicos, que armazenam células-tronco de doações, e para ter acesso é preciso apenas que haja compatibilidade.

Quando não há material compatível, a busca é feita em bancos de sangue umbilical do exterior, com os quais o País tem convênio. Segundo Coradi, a prática é comum. “
— Recebemos, em média, dois pedidos semanais.”
Ele diz que mais de 12 mil pacientes no mundo são tratados com transplantes de células-tronco armazenadas em bancos públicos. Há a possibilidade de o SUS financiar o uso do material do doador ou parente, se estiver disponível.

Segundo ele, a chance de uma criança necessitar das próprias células-tronco é baixa — das 45.661 unidades de sangue de cordão armazenadas nos bancos até 2010, só 3 foram usadas em transplante na própria pessoa. “Em muitos casos, o uso do sangue de cordão armazenado é contraindicado.” Isso porque pode ter o mesmo defeito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Estudo revela que vitamina C cura tuberculose resistente a remédios

Uma pesquisa realizada por cientistas de uma universidade dos Estados Unidos revelou que a vitamina C pode ser eficaz no tratamento da tuberculose multirresistente, uma forma grave da doença que não responde aos remédios geralmente usados contra ela.




















Segundo o estudo dos pesquisadores da Universidade de Yeshiva, em Nova York, a bactéria causadora dessa tuberculose não resistiu a um tratamento com vitamina C em laboratório. Resta saber se tal descoberta pode ser usada em um tratamento com remédios no futuro.
Os cientistas acreditam que o que ocorreu no estudo foi que a vitamina C agiu induzindo a formação de moléculas de oxigênio com mais elétrons e altamente reativas, conhecidas como radicais livres.
Essas moléculas, por sua vez, reagiram com moléculas de bactérias que causam a doença, mesmo as resistentes a medicamentos, e as mataram.
O estudo foi divulgado em um artigo na publicação científica Nature Communications.

Novo mecanismo

O líder da pesquisa, William Jacobs, professor de microbiologia e imunologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Yeshiva, disse que os cientistas foram capazes de demonstrar essa aplicação da vitamina C "somente em um tubo de ensaio, e não sabemos se vai funcionar em seres humanos e animais".
"Isso seria um grande estudo a se considerar, porque temos cepas de tuberculose para as quais não há medicamentos, e eu sei que no laboratório podemos matar esses tipos com a vitamina C."
"Também ajuda sabermos que a vitamina C é barata, amplamente disponível e muito segura de usar. Pelo menos, este trabalho mostra-nos um novo mecanismo que podemos explorar para atacar a tuberculose", completou.
Pode ser que, no futuro, a vitamina C possa ser usada juntamente com medicamentos contra a tuberculose. Uma outra aplicação da descoberta seria o desenvolvimento de novos medicamentos contra a tuberculose que sejam capazes de gerar grande número de radicais livres.
Estima-se que 650 mil pessoas no mundo têm tuberculose multirresistente.
A vitamina C, ou ácido ascórbico, tem muitas funções importantes no corpo, incluindo proteger as células e mantê-las saudáveis.
Boas fontes naturais da vitamina incluem laranja, groselha e brócolis, e a maioria das pessoas obtém tudo que necessita por meio de sua dieta.


ESPORTE É SAÚDE

Todo mundo já sabe que praticar exercícios físicos faz bem para a saúde, pois melhora a circulação, os batimentos cardíacos, tonifica a musculatura, além de deixar o corpo bem mais definido. O que pouca gente tem conhecimento é que há outros benefícios que essas atividades provocam. Exercitar-se de forma contínua reduz sintomas característicos de depressão, fadiga, estresse, melhora a qualidade do sono, da pele, retarda envelhecimento e até minimiza dores agudas.




















Quando você pratica uma atividade física regularmente causa aumento de endorfinas, substâncias atreladas ao nosso estado de humor. Um “estado de espírito” positivo te faz sentir bem consigo mesmo, causando uma sensação de bem-estar.Consequentemente, o sistema imunológico funciona melhor, o que te deixa mais resistente a doenças. Essa análise é senso comum no meio de especialistas que analisam o assunto. “A reação em cadeia retarda o efeito de radicais livres – sustâncias que aceleram o envelhecimento da nossa pele – diminuindo, portanto, as alterações cutâneas, inclusive a acne”, explica dermatologista carioca Izabelle Azevedo.

Além disso, a própria oxigenação do corpo, estimulada quando se praticam exercícios aeróbicos, retarda o ritmo em que a pele sofre as modificações do tempo. “Sem contar que dá muito mais vontade de se cuidar quando você se sente bem com seu corpo”, ressalta a médica.

Isso não acontece apenas com a pele. Todo nosso corpo torna-se mais sadio e, portanto, o envelhecimento ocorre de forma menos acelerada e com mais qualidade de vida. A catarata, por exemplo, é uma doença que ocasiona lesões no cristalino, sistema que funciona como a lente dos nossos olhos, provocando gradativamente a perda da visão.

“Como ela é um fenômeno decorrente do envelhecimento, os exercícios regulares poderiam retardar a ocorrência dessa doença”, explica o oftalmologista Mário Motta, especialista em retina e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

 

Remédio natural


Estudos já haviam comprovado que atividades aeróbicas são ótimas para quem sofre de problemas crônicos como hipertensão arterial e diabetes. Agora, pesquisas recentes realizadas pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), comprovaram que os exercícios aeróbicos regulares podem agir até como um antiinflamatório natural contra dores agudas, e isso serve para qualquer órgão (por exemplo, situações orgânicas que envolvam quadros inflamatórios agudos, como um AVC – acidente vascular cerebral – ou um infarto). Mas atenção: é importante uma orientação médica e um bom personal trainer para cuidar desses casos.

Porém, especialistas alertam que de nada adianta passar horas exercitando-se se não houver uma alimentação controlada e balanceada e também o alongamento no início e no fim das atividades. São eles que previnem lesões como estiramento, em partes do seu corpo que foram trabalhadas nos aeróbicos e na musculação. Então, o que está esperando? Mexa-se já, mas não se esqueça de alongar-se!


Impressora 3D salva a vida de uma criança em cirurgia

Durante uma cirurgia, a vida de uma criança foi salva através do uso de uma peça de plástico, feita com uma impressora 3D


























Desenvolvida por investigadores norte-americanos, a impressora 3D já começou a dar os seus frutos ao contribuir para salvar a vida de uma criança durante uma cirurgia de alto risco. Os médicos inseriram a peça de plástico durante a operação e conseguiram resolver uma grave doença respiratória.
Kaiba Gionfriddo, que está agora com um ano e sete meses, tinha apenas três meses quando passou por este processo. Nasceu com um problema nos brônquios e tinha grandes dificuldades em respirar, sendo atacado por uma "crise" quase todos os dias. Por consequência, o coração estava também em risco de parar a qualquer momento.
Kaiba não podia deixar o hospital onde nasceu porque precisava das máquinas que o ajudavam a respirar. Um ano depois da cirurgia, a criança nunca mais teve nenhuma crise respiratória, conseguindo a sua vida normal.
"É uma criança bastante saudável", disse Glenn Green, o otorrinolaringologista do Hospital da Universidade de Michigan, em Ann Arbor. O médico foi um dos responsáveis por acompanhar todo o processo de Kaiba e foi também um dos autores do artigo científico que descreveu este avanço na revista "New England Journal of Medicine".
A peça é adaptável ao crescimento da criança, o que permite a Kaiba crescer sem novas crises, apesar de continuar a ser acompanhado regularmente.
Foi a primeira vez que uma tecnologia deste género foi usada num paciente mas a novidade foi bem recebida pelos médicos que não participaram do trabalho.
"Fiquei impressionado com o que eles conseguiram fazer", afirmou Robert Weatherly, pediatra da Universidade do Misouri, em Kansas City.

Fonte: 
http://visao.sapo.pt/impressora-3d-salva-a-vida-de-uma-crianca-em-cirurgia=f731354

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de leite

Orientações podem ser obtidas pelo SOS Amamentação no 0800-268877






























O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (22), em Brasília, a Campanha Nacional de Doação de Leite Humano.  “Doe leite materno e ajude a mudar o futuro de muitas crianças” foi o tema escolhido para a edição deste ano.
O lançamento contou com a presença de 100 mães e seus bebês  e marcou o Dia Mundial de Doação de Leite Humano. A campanha é realizada em parceria com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano e o Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano.  

A mãe que quiser doar leite pode ligar para o SOS Amamentação pelo 08000-268877. A ligação é gratuita. A mãe recebe frascos adequados, orientações sobre o armazenamento do leite e sobre amamentação. Os profissionais também podem buscar na casa dela o leite que será doado.
Canal Saúde / Fiocruz

ANS lança guia com regras para planos de saúde e prestadores de serviço

Para facilitar as negociações entre os planos de saúde e os prestadores de serviço, como hospitais, laboratórios e médicos, a Agência Nacional de Saúde (ANS) lançou hoje (21) o Guia Prático da Contratualização. A publicação traz orientações para regular os contratos e evitar problemas no atendimento ao usuário.

Para garantir que os planos de saúde cumpram as regras, a ANS também propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O guia é resultado de uma auditoria da agência em 60% dos planos de saúde do país, das 100 maiores empresas do setor, entre 2009 e 2011. Durante o trabalho, foram constatadas irregularidades que podem chegar a R$ 300 milhões em multas. Para garantir que os planos de saúde cumpram as regras, a ANS também propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
“A agência obriga que os planos de saúde tenha contratos com esses agentes e esses contratos têm regras claras, baseadas em resoluções. No entanto, notamos um grande desconhecimento dos prestadores de serviço com relação a resoluções da ANS e com relação aos itens que devem constar no contrato”, explicou o diretor de Desenvolvimento Setorial da agência reguladora, Bruno Sobral de Carvalho.
A cartilha tem caráter educativo e foi feita baseada nos problemas identificados na auditoria, como os reajustes de preços pelos serviços prestados. “Quando isso acontece, há sempre um conflito entre a operadora e o hospital ou o médico”, disse Carvalho. Para tentar facilitar a negociação, o diretor explica que consta do guia informações sobre recente instrução normativa..
“O que essa instrução diz é que são necessárias regras claras para esse reajuste. Tem que ser baseado na livre negociação – sempre – mas que também deve conter cláusulas de reserva – caso essa negociação não frutifique – como índices ou percentual pré-fixados”, explicou Carvalho, acrescentando que essa opção é melhor para o consumidor do que a indexação do aumento.
Outro item que precisa ser de fácil entendimento no contrato é a prioridade no atendimento de urgência e de emergência, a gestantes, a idosos e lactantes. Orientações para o faturamento, como organizar os atos e procedimento que precisa de autorização do plano, como internações, também constam da cartilha, disponível na internet.
Fonte : Agência Brasil

Aditivo presente em alimentos processados causa aumento da pressão arterial

Pesquisa é a primeira a sugerir ligação entre exposição alimentar ao ftalato e risco de hipertensão em crianças e adolescentes

























Aditivo químico presente em alimentos processados e embalagens plásticas pode causar aumento da pressão arterial de crianças e adolescentes. É o que mostra estudo realizado na NYU Langone Medical Center, nos EUA.
A pesquisa sugere que a exposição aos ftalatos pode representar um risco para a saúde cardíaca dos jovens.
O trabalho foi descrito no The Journal of Pediatrics.
Baseando-se em dados de uma pesquisa nacional de cerca de 3 mil crianças e adolescentes, os pesquisadores documentaram, pela primeira vez, uma ligação entre a exposição alimentar a DEHP (di-2-ethyhexylphthalate), classe comum de ftalato amplamente utilizada na produção industrial de alimentos, e a elevação da pressão arterial sistólica.
"Os ftalatos podem inibir a função das células cardíacas e causar estresse oxidativo, que compromete a saúde das artérias. Mas ninguém tinha explorado a relação entre a exposição ao ftalato e saúde do coração em crianças", afirma o principal autor Leonardo Trasande.
A hipertensão arterial é definida clinicamente como uma leitura da pressão arterial sistólica acima de 140 mmHg. É mais comum em pessoas com mais de 50 anos de idade, embora a condição esteja se tornando cada vez mais prevalente entre as crianças devido à epidemia de obesidade global. Pesquisas nacionais recentes indicam que 14% dos adolescentes americanos agora têm pré-hipertensão ou hipertensão. "A obesidade está impulsionando a tendência, mas nossos resultados sugerem que fatores ambientais também podem ser parte do problema. Isto é importante porque a exposição de ftalato pode ser controlada por meio de intervenções reguladoras e comportamentais", observa o pesquisador.
A equipe examinou seis anos de dados de uma pesquisa nacional representativa da população dos EUA. Ftalatos foram medidos em amostras de urina utilizando técnicas de análise convencionais.
Os resultados mostraram que cada aumento de três vezes no nível dos produtos de degradação de DEHP na urina foi correlacionado com cerca de aumento de um milímetro de mercúrio na pressão sanguínea das crianças e adolescentes. "Esse aumento pode parecer muito modesto no nível individual, mas em um nível populacional tais mudanças na pressão sanguínea podem aumentar o número de crianças com pressão arterial elevada substancialmente. Nosso estudo enfatiza a necessidade de iniciativas políticas que limitam a exposição a substâncias químicas ambientais perturbadoras, em combinação com intervenções dietéticas e comportamentais voltadas para a proteção da saúde cardiovascular", conclui Trasande.


Falta de iodo na gravidez pode afetar inteligência de crianças, diz estudo

Uma pesquisa britânica sugere que a deficiência de iodo na gravidez pode afetar a inteligência de crianças em idade escolar.


O estudo, publicado na revista científica Lancet, analisou mil famílias britânicas e observou QIs mais baixos e dificuldades relacionadas à leitura entre crianças cujas mães ingeriram poucos alimentos com iodo durante a gestação.
Os pesquisadores das Universidades de Surrey e de Bristol analisaram os níveis de iodo em amostras de urina de mulheres grávidas no sudoeste da Grã-Bretanha.
Os exames mostraram deficiência do nutriente em dois terços das mães pesquisadas. Mais tarde, os pesquisadores observaram que seus filhos tinham QI mais baixo aos oito anos e problemas relacionados à leitura aos nove anos.
A pesquisadora Sarah Bath disse à BBC que o estudo observou uma diferença de até três pontos para baixo nos QIs das crianças com deficiência de iodo em comparação com as que acusaram níveis normais.

Problema de saúde pública

Até recentemente acreditava-se que a deficiência de iodo era um problema em países em desenvolvimento, apesar de estudos anteriores terem registrado índices baixos de iodo também em mulheres britânicas. No entanto, o impacto da falta de iodo no desempenho escolar das crianças era até então desconhecido.
Segundo os pesquisadores, a deficiência de iodo pode "impedir que crianças atinjam seu potencial pleno" e que a questão deve ser tratada como "um problema sério de saúde pública".
O iodo é um nutriente essencial para o desenvolvimento do cérebro, com papel importante na produção de hormônios responsáveis pelo crescimento físico e neurológico.
Os pesquisadores aconselham mulheres em idade reprodutiva a seguirem uma dieta baseada em peixes e laticínios. Em contrapartida, eles não recomendam a ingestão de pílulas de algas marinhas porque contêm doses demasiadamente altas de iodo.
As recomendações dos cientistas, publicadas no site da British Dietetic Association, recomenda que mulheres grávidas e lactantes ingiram ao menos 250 microgramas de iodo por dia, enquanto outros adultos devem consumir 150 microgramas.

James Gallagher
Repórter de Ciência e Saúde da BBC News


terça-feira, 21 de maio de 2013

Menina de 18 anos cria algoritmo que diagnostica leucemia


Estudante americana desenvolveu ferramenta que identifica casos da doença por meio de determinadas características das células

Brittany Wenger vive em Sarasota, na Flórida, e desenvolveu uma ferramenta capaz de diagnosticar a leucemia de linhagem mista

São Paulo – Muitas garotas de 18 anos costumam ouvir música, navegar na internet e ir às compras. No caso da americana Brittany Wenger, a ciência é outro hobby. A estudante desenvolveu uma ferramenta capaz de diagnosticar a leucemia de linhagem mista, uma das formas mais agressivas e menos detectáveis da doença já catalogadas pela medicina.
Wenger criou uma "rede neural artificial" que detecta determinados padrões na expressão genética dos pacientes. "Diferentes tipos de câncer têm diferentes impressões digitais moleculares", explicou ela ao siteMashable. Ao analisar características específicas como tamanho, forma e espessura das células, o algoritmo pode dizer se a pessoa tem leucemia ou não.
A pesquisa que deu origem à nova ferramenta começou quando a estudante tinha 15 anos. Sua prima foi diagnosticada com câncer de mama e Wenger decidiu juntar seus conhecimentos de programação para ajudar na melhor detecção da doença.
Para isso, ela analisou padrões genéticos a fim de identificar quais aspectos estavam presentes em células cancerígenas. O trabalho voltado para o câncer de mama rendeu a Wenger um prêmio de 10 mil dólares pago pelo Google em 2012. Foi um estímulo para ela prosseguir buscando uma solução similar para a leucemia.
Como funciona
Por meio do site Cloud4Cancer, é possível ter uma ideia de como a ferramenta funciona. A plataforma foi criada pela jovem para que o algoritmo ficasse ao alcance dos médicos. Nela, o especialista preenche um breve formulário sobre os aspectos de uma amostra celular previamente recolhida e recebe na hora o diagnóstico sobre o câncer de mama.
Os números do trabalho são animadores. A ferramenta identificou cerca de 99% dos casos de câncer avaliados – índice de sucesso 5% acima daquele oferecido por outros métodos disponíveis no mercado. Ao todo, mais de 7 milhões de testes já foram realizados com o algoritmo em três anos.
"Eu ensinei o computador a responder uma questão simples: o nódulo é maligno ou benigno?", resume Wenger.
O Instituto Nacional do Câncer estima que 52 mil novos casos de câncer de mama foram registrados no Brasil em 2012. Na última semana, a atriz Angelina Jolie, que tinha predisposição genética para a doença, teve suas mamas removidas cirurgicamente para reduzir as chances de contrair a doença.
Assista aqui ao vídeo (em inglês) no qual Brittany fala sobre sua pesquisa sobre câncer de mama que levou à criação do algortimo premiado pelo Google: 



Médicos deveriam se submeter a exames de drogas e álcool

Para melhorar a segurança dos pacientes, os hospitais devem examinar aleatoriamente seus médicos quanto ao uso de drogas e álcool, da mesma forma que outras grandes indústrias fazem para proteger seus clientes.
A recomendação está sendo feita por especialistas da Universidade Johns Hopkins (EUA).
Além disso, dizem os especialistas, as instituições médicas devem seguir o exemplo de outras indústrias de alto risco, como as companhias aéreas, ferrovias e usinas nucleares, e defendem que os médicos sejam testados para disfunções geradas por drogas ou álcool imediatamente após uma morte inesperada de um paciente ou outro evento significativo.
"Os pacientes podem ser melhor protegidos contra danos evitáveis. Médicos e empregadores poderão contar com uma redução nos eventos negativos não-intencionais, acidentes, troca de mão-de-obra, e a identificação precoce de um problema debilitante," escrevem os autores Julius Cuong Pham, Peter Pronovost e Gregory Skipper no The Journal of the American Medical Association.


Os autores observam que "o teste obrigatório de álcool e de drogas para os médicos envolvidos com mortes inesperadas ou eventos sentinela não é uma prática em Medicina" ainda que os médicos sejam tão suscetíveis ao vício em álcool, narcóticos e sedativos quanto o público em geral - um evento sentinela é um incidente que resulta em morte ou danos físicos graves.
Eles recomendam que os hospitais tomem uma série de medidas como modelo para resolver esse negligenciado problema da segurança dos pacientes:
  • Exame físico obrigatório, testes de drogas ou ambos, antes da contratação de um médico por um hospital;
  • um programa aleatório de testes de álcool e de drogas;
  • uma política para testes de rotina de drogas e álcool para todos os médicos envolvidos com eventos sentinela que levem à morte do paciente;
  • estabelecimento de normas padrão por um hospital regulador nacional ou organismo de credenciamento.
Nos casos em que um médico esteja sem condições, o hospital poderia "suspender ou revogar os privilégios e, em alguns dos casos, relatar o caso para o organismo de licenciamento estadual," escrevem os autores.
Médicos com disfunção deveriam se submeter a tratamento e acompanhamento de rotina, como condição para continuar a exercer a profissão e contar com os privilégios hospitalares.
"Os pacientes e seus familiares têm o direito de ser protegidos de médicos deficientes," argumentam os autores. "Em outras indústrias de alto risco, este direito é garantido por regulamentos e fiscalização. Não deveria ser assim com a Medicina? Um sistema robusto para identificar médicos deficientes pode aumentar o profissionalismo que a revisão por pares procura proteger."
Mark Guidera

“Não há desculpas” para o diabetes

Quase um em cada três pacientes internados com diabetes são vítimas de erros de medicação que podem levar a níveis perigosos de glicose no sangue, de acordo com um relatório.
Hospitais da Inglaterra e do País de Gales cometeram pelo menos um erro por internamento no tratamento de 3.700 portadores de diabetes em uma semana, mostraram os dados.
Durante este período, os pacientes afetados sucumbiram a mais do que o dobro do número de episódios de hipoglicemia grave ou “hipo”, do que pacientes sem erros sofridos, de acordo com o National Audit Inpatient Diabetes.
Hipoglicemia ocorre quando os níveis de glicose no sangue caem a níveis perigosamente baixos e se não tratados podem levar a convulsões, coma ou morte.
Além disso, 68 pacientes desenvolveram cetoacidose diabética (CAD), durante a sua estadia no hospital.
Cetoacidose diabética ocorre quando os níveis de glicose no sangue são consistentemente altos e pode ser fatal se não for tratado.
Isto sugere que o tratamento com insulina não foi administrado por um período significativo de tempo, disse o relatório.
De acordo com os resultados, 32 por cento dos pacientes (3.430) apresentaram pelo menos um erro de medicação nos últimos sete dias de sua internação.
Esta foi uma pequena melhoria em relação ao ano anterior, quando o valor era de 36,6 por cento, ou 4.120.
Os erros mais comuns foram resultantes da não assinatura na cabeceira da cama do gráfico de informações do paciente, em relação à insulina já aplicada, o que aconteceu com 11,1 por cento dos pacientes (440), e por não ajustarem adequadamente a medicação quando o paciente tinha um alto nível de açúcar no sangue, que aconteceu para 23,9 por cento (800).



















Mais de 17 por cento (600) dos pacientes com erros de medicação tiveram um ataque de hipoglicemia grave, enquanto no hospital, em comparação com 7,5 por cento (550) dos pacientes que não sofreram erros em sua medicação.
O relatório também descobriu:
  • Quase um terço (30,6 por cento) dos pacientes que responderam ao questionário sobre sua experiência de paciente, disseram não ter sido capazes de assumir o controle de sua própria diabetes, enquanto no hospital, tanto quanto gostariam de ter.
  • Mais de 13 por cento dos pacientes disseram que o hospital não forneceu o tipo certo de alimento para gerenciar a sua diabetes.
  • Quase 10 por cento dos pacientes internados com diabetes haviam tomado uma infusão de insulina nos últimos sete dias do período de auditoria, mas os profissionais de saúde sugeriram que um décimo dessas infusões foram indevidas.
  • Nível das pessoal especializado era menor do que o recomendado.
Chefe da Auditoria, o clínico Dr. Gerry Rayman, médico consultor e chefe do serviço de Ipswich Hospital NHS Trust Diabetes e Centro de Endocrinologia, disse: “Embora seja gratificante ver que tem havido melhorias em erros de medicação desde a última auditoria, há um longo caminho a percorrer e de fato a maioria dos médicos e enfermeiros do hospital ainda não têm formação básica em gestão de insulina e controle da glicose”.
“A formação deve ser obrigatória para melhorar o controle do diabetes e reduzir a freqüência de hipoglicemia grave”.
“Ele também é necessário para evitar que a cetose diabética ocorra em um hospital, para o qual não pode haver nenhuma desculpa”.
“Sua ocorrência é negligente e nunca deve acontecer.”
Diabetes UK disse que as descobertas eram um indício de como os hospitais estão deixando de cuidar de pessoas com diabetes.
Chefe executivo Barbara Young disse: “O fato de existir tantos erros, para algumas pessoas ficar no hospital significa que eles pioram, o que simplesmente não deveria estar acontecendo”.
“Má gestão de glicose no sangue, causado por erros no tratamento hospitalar, está levando a graves e perigosas consequências para muitos pacientes”.
“Embora saibamos que foram tomadas algumas excelentes medidas, incluindo cursos e ferramentas online para aumentar o conhecimento e a educação entre a equipe de saúde para o tratamento de pessoas com diabetes em enfermarias de hospitais, não estamos vendo bons resultados ainda”.
“O fato de que a situação pouco melhorou no último ano mostra que o SNS ainda não está levando isso a sério o suficiente”.
“Ação urgente é necessária para certificar-se de que o pessoal de enfermaria geral é competente e confiante em relação ao tratamento de pacientes com diabetes”.
A auditoria foi realizada pelo Ministério da Saúde e do Centro de Informações Assistência Social em parceria com a Diabetes UK, e encomendada pela Parceria de Melhoria da Qualidade Healthcare.
Ele analisou dados de cabeceira para 12.800 pacientes e 6.600 questionários de paciente, cobrindo assuntos como erros de medicação e dano ao paciente por um período de sete dias em outubro de 2011.
Ela envolveu 11.900 pacientes em 212 hospitais ingleses e 900 pacientes em 18 hospitais de Gales.
O Departamento de Saúde (DH), disse que a gestão da medicina melhorou desde 2010, mas admitiu que ainda há muitos erros.
Um porta-voz  disse: “Vamos continuar a trabalhar com os médicos para reduzir os erros para que os pacientes possam ter a certeza de que os medicamentos que recebem são seguros e apropriados.”
  


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