sábado, 15 de junho de 2013

Esquizofrênico registra em livro a experiência de enlouquecer

Ex-aluno de física e de filosofia da USP, Jorge Cândido de Assis carrega no corpo das marcas da esquizofrenia. Aos 21, durante uma crise, ele se jogou contra um trem do metrô e perdeu uma perna.
Hoje, aos 49 anos, cinco crises psicóticas, ele dá aulas sobre estigma em um curso de psiquiatria e acaba de lançar um livro no qual descreve a experiência de enlouquecer. "Entre a Razão e a Ilusão" (Artmed Editora) foi escrito em parceria com o psiquiatra Rodrigo Bressan e com a terapeuta Cecilia Cruz Villares, da Unifesp.

Leia o depoimento dele:

"Tive uma infância tranquila, jogando bola na rua. Aos 14 anos, entrei na escola técnica e já sabia trabalhar com eletricidade. Adorava física.
Em 1982, prestei vestibular para física na USP e não passei. Em 1983, fiz cursinho, prestei de novo e não passei.
Consegui uma bolsa no cursinho, passei perto e não entrei de novo. Foi um ano depressivo para mim. Eram os primeiros sinais da esquizofrenia, mas eu não sabia.
Eu me isolei, tinha delírios. O desfecho foi trágico. Numa manhã de domingo, entrei na estação do metrô Liberdade. Escutei uma voz: "Por que você não se mata?". Me joguei na frente do trem.
Acordei três dias depois no hospital sem a minha perna direita. Tinha 21 anos.
Foi bem sofrido, mas coloquei toda minha energia e determinação na reabilitação. Quatro meses depois, já estava com a prótese.
Sozinho, voltei a estudar para o vestibular e passei em física e fisioterapia na Universidade Federal de São Carlos. Meu sonho era desenvolver uma prótese melhor e mais barata do que as versões que existiam naquela época.
























Um dia, em 1987, cheguei em casa e ela havia sido arrombada. Tive que ir até a delegacia dar queixa e reconhecer os objetos furtados.
Isso desencadeou a segunda crise psicótica. Tinha delírios de grandeza, alucinação, mania de perseguição.
Fui internado em Itapira durante um mês. Saí de lá com diagnóstico de esquizofrenia, medicado mas sem encaminhamento. Um dos remédios causava enrijecimento da musculatura e eu não conseguia escrever. Então parei de tomar a medicação e comecei a fazer tratamento em centro espírita.
Voltei a estudar em São Carlos. Depois da crise, perdi muitos amigos por puro estigma. Comecei a trabalhar, paralelamente aos estudos, mas ficou pesado demais. Preferi desistir do curso.
Em 1993, prestei vestibular na USP e passei. Foi mágico, a realização de um sonho. Continuei trabalhando, mas cheguei num ponto de saturação e desisti do curso.
Minha vida foi perdendo o sentido, vivia por viver. Me sentia vazio de emoções.
Nesse período, fazia parte de um grupo de pesquisa na USP. Mas, por uma série de divergências, o grupo se desfez. Ao mesmo tempo, meu namoro acabou. Esses dois fatores desencadearam minha terceira crise.
Foi uma crise também com delírios, alucinações, isolamento. Fiquei um mês internado. Foi aí que comecei a me tratar de esquizofrenia de fato. Além das medicações, fazia psicoterapia, terapia ocupacional e prestei vestibular para filosofia na USP. Passei. Sentia-me tão bem que disse: "Superei a esquizofrenia. Vou parar com os remédios".
Minha mãe morreu em 2002 e, em seguida, tive a minha quarta crise, que também foi controlada com remédios. É como começar do zero.
Entre 2003 e 2007, participei de um grupo de pacientes com esquizofrenia em que discutíamos a doença, as vivências, as formas de comunicação. Em 2005, o [psiquiatra] Rodrigo Bressan me convidou para participar das aulas dele contando a minha experiência pessoal, sobre o estigma. Em 2007, surgiu o projeto do livro sobre direitos de pacientes com esquizofrenia.
Foi um processo de criação intenso durante 18 meses. Em 2008, o Rodrigo me convidou para deixar de ser paciente e entrar para a equipe dele. Foi uma grande oportunidade.
No início do ano passado, fui palestrar em Londres sobre o nosso trabalho. Quando estava voltando, fizemos uma escala em Madri.
Sentia muita dor na perna e pedi uma cadeira de rodas. Esperei e nada.
Tirei a perna mecânica, coloquei na bolsa e fui pulando até a sala de embarque. Todo esse estresse me levou à quinta crise. Ela foi rapidamente controlada, mas é um processo difícil retomar a rotina anterior, ressignificar as coisas para que a vida faça sentido.
Depois das crises, tenho que renascer das cinzas. Muitas pessoas desistem. Precisa de uma grande dose de esforço para reconstruir a vida.
A medicação ajuda, mas não é garantia. Consigo lidar com as demandas da vida, mas nunca sei se o que sinto é ou não da doença.
Não ouço mais vozes, mas tenho autorreferência. Penso que tudo ao meu redor tem a ver comigo. Se ouço um barulhinho lá fora, acho que pode ter câmera escondida.
Se as pessoas estão conversando no corredor, acho que estão falando sobre mim.
O delírio é inquestionável, você acredita nele. Mas tenho clareza do que é autorreferência, deixo para lá.
Tenho que saber os meus limites. O referencial para a gente é o mundo exterior, a relação das pessoas.
Muitas vezes, o início das crises não é percebido. Por isso é importante dividir com o médico, com a família.
O estigma também é muito prejudicial. Ser apontado como o louco ou ser desacreditado só piora. A esquizofrenia é uma doença crônica, que afeta as emoções, os relacionamentos, as vontades.
Tenho sorte de ter uma família unida, que me apoia. Isso dá sentido à minha vida.
Olho para trás e confesso que me sinto frustrado por ter começado duas vezes física, em duas das melhores universidades, e não ter concluído.
Mas fico feliz com o trabalho de poder ajudar outras pessoas com a minha história. As pessoas sofrem no Brasil pela falta de locais para a troca de informações.
Minha meta agora é construir uma rede de associações de apoio a pacientes com esquizofrenia.
Eu não sou só a doença, e a doença não me define.
Tenho que lidar com a esquizofrenia, mas ela não é a parte mais fundamental da minha vida."

Fonte: CLÁUDIA COLLUCCI - Folha de São Paulo

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ministério da Saúde inclui cinco novos serviços médicos no SUS

Formalização da inclusão de quatro exames e um medicamento na lista foi publicada no Diário Oficial 



























O Ministério da Saúde formalizou, nesta quinta-feira (13), a inclusão de cinco novos serviços médicos (quatro exames e um medicamento) na lista dos serviços oferecidos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi publicada no Diário Oficial da União. 
Um dos testes serve para detectar fibrose cística, doença genética que pode causar infecções respiratórias, problemas em glândulas exócrinas (suprarrenais, mamárias, intestinais, sebáceas, sudoríparas e tireoide) e atingir órgãos como fígado, pâncreas e o sistema reprodutor.
Esse exame para confirmar o diagnóstico é chamado de "teste do suor com dosagem de cloreto". Até então, era feito pelo SUS apenas em bebês, na triagem neonatal. Agora, o serviço foi ampliado para crianças, jovens e adultos. Segundo o governo, há cerca de 300 novos casos de fibrose cística por ano no Brasil.
O segundo exame oficializado nesta quinta verifica a presença dos vírus HIV e da hepatite C no sangue de doadores em hemocentros, por uma questão de segurança. Segundo o ministério, esse é um teste já feito em 14 hemocentros credenciados, mas agora eles serão ressarcidos pelo governo federal.
O terceiro serviço incluído na lista do SUS é oftalmológico, chama-se "tomografia de coerência óptica" e é indicado para diagnóstico precoce de doenças na retina, como glaucoma e outras distrofias. De acordo com o ministério, esse é um método não invasivo, sem contato, que dura 10 minutos e permite fazer cortes transversais na retina pra gerar imagens de alta resolução de alterações anatômicas. O governo acredita que o método beneficie 8 mil pessoas por mês.
Já o quarto exame, conhecido como "linfanadectomia seletiva guiada", é recomendado para pacientes com câncer de pele e mama. Ele já era oferecido pelos hospitais públicos, que tinham ressarcimento do governo, mas agora está oficializado no SUS. Segundo o ministério, esse teste mapeia células cancerígenas e permite retirar apenas as células metastáticas em uma cirurgia, sem comprometer a região saudável, o que pode ser muito positivo em um caso de tumor de mama, por exemplo.

A quinta novidade do SUS é a inclusão de uma nova apresentação do remédio hidroxiureia, para crianças com anemia falciforme. A versão de 500 mg já era oferecida, e agora também está disponível a de 100 mg. De acordo com o ministério, o medicamento deve reduzir hospitalizações, tempo de internações e mortes.
Fonte: Canal Saúde - FIOCRUZ

Ministério da Saúde alerta que apenas 1,9% da população é doadora de sangue


No Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado hoje (14), o Ministério da Saúde alerta que apenas 1,9% da população doa sangue. O ideal para suprir as necessidades seria que esse índice subisse para 3%. Dados do Hemocentro de São Paulo mostram que até quatro pessoas podem ser beneficiadas com uma doação.

















Para o técnico administrativo Jarbas Rocha, doar sangue é uma rotina. Há cerca de 30 anos, ele doa três ou quatro vezes por ano. “Comecei a doar porque alguém do trabalho precisou, depois continuei doando já que sempre tem alguém precisando”.
Foi vendo o pai doar que o analista de sistemas Raoni Rocha, filho de Jarbas, também resolveu, aos 18 anos, adotar essa rotina. “É só uma picadinha, não dá para assustar. Vale a pena, ajuda muita gente”, disse.
“Quando a gente precisa é que vê o quanto é importante fazer a doação rotineira”, lembrou o fisioterapeuta Lívio Fortes, que há três anos teve dengue hemorrágica e precisou receber planquetas - as células do sangue cuja função é ajudar na coagulação, evitando sangramento em excesso. “Como eu era doador, tinha prioridade para receber a transfusão, mas meu sangue não é muito comum e não tinha em estoque, o AB positivo, e meus amigos correram atrás de doadores compatíveis”, lembrou.
A quantidade de sangue colhida não afeta a saúde do doador, a recuperação é imediata. Na hora de doar, todos passam por uma entrevista que tem o objetivo de dar mais segurança ao doador e aos pacientes que receberão a doação. O sangue doado é testado para doenças como hepatite B, hepatite C, HIV, HTLV, sífilis e doença de Chagas.
Podem doar pessoas maiores de 18 e menores de 68 anos, que tenham mais de 50 quilos. Jovens com 16 ou 17 anos também podem doar, desde que tenham autorização do responsável legal. No dia da doação, é preciso apresentar documento com foto, emitido por órgão oficial e válido em todo o território nacional.
Mulheres grávidas, que tiveram parto normal há menos de 90 dias ou cesariana há menos de 180 dias ou  que estejam amamentando, ficam temporariamente impedidas de doar sangue. Pessoas resfriadas devem esperar o desaparecimento dos sintomas e quem fez tatuagem deve aguardar 12 meses para fazer a doação.
De acordo com o Decreto-Lei 5.452, o doador tem direito a um dia de folga no trabalho a cada 12 meses trabalhados, desde que a doação esteja devidamente comprovada. Esse direito também se estende ao funcionário público civil de autarquia ou militar, conforme preconiza a Lei Federal 1.075.
Fonte: Agência Brasil
Redação Folha Vitória

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Menina que modificou leis de transplantes nos EUA é operada com sucesso

A menina de 10 anos que conseguiu uma mudança nas leis de transplantes para menores nos Estados Unidos recebeu nesta quarta-feira (12) um pulmão adulto em uma cirurgia bem-sucedida, informou a família.

















Sarah Murnaghan, que sofria de uma fibrose cística avançada e tinha poucas semanas de vida, conseguiu - após uma operação de seis horas - ter um pulmão adulto transplantado no hospital Infantil da Filadélfia.
Por enquanto, não houve complicações, mas este tipo de transplante implica em um grande número de riscos e, inclusive, a paciente pode voltar a sofrer problemas no longo prazo.
Sua família conseguiu na semana passada, através da ordem de um juiz, que a rede responsável por autorizar e regular os transplantes de órgãos nos Estados Unidos não obrigasse Murnaghan a esperar por um pulmão de um doador infantil menor de 12 anos (como pede a lei) e que pudesse optar pelo de um adulto.
A família pediu uma revisão das normas de transplantes, já que pessoas em estado menos grave que o de sua filha tinham preferência para optar por um pulmão válido.
Seus pais argumentaram que sua filha e outras crianças dos EUA estavam em desvantagem na hora de esperar por um transplante e que, em alguns casos, a utilização de um órgão adulto poderia salvar vidas.
O caso de Murnaghan encorajou à família de Javier Costa, de 11 anos e também com um caso avançado de fibrose cística, a iniciar um processo similar, o que permitiu que optassem por um pulmão adulto que ainda não chegou.
Fonte: UOL Saúde

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Supercola cirúrgica salva vida de bebê com aneurisma nos EUA

Procedimento só havia sido usado em adultos. Ashlyn Julian, de três semanas, teve dois rompimentos do aneurisma antes da cirurgia


























Médicos do University of Kansas Hospital, nos EUA, utilizaram uma supercola cirúrgica para salvar a vida de um bebê de três semanas de vida com aneurisma quase fatal que se rompeu duas vezes.
Ashlyn Julian, que nasceu em 16 de maio aparentava estar saudável, mas passou de "muito quieta" para "gritando todo o tempo e vomitando", segundo a mãe Gina Julian.
O bebê foi, então, levado ao hospital, onde passou por exames de ultrassom através dos quais os médicos detectaram um aneurisma no cérebro de Ashlyn.
Depois de estudar imagens de ressonância magnética, o médico Koji Ebersole decidiu utilizar supercola cirúrgica para tratar o aneurisma do bebê.
O procedimento salva-vidas só havia sido usado em adultos.
Primeiro, os médicos abriram um acesso para os vasos sanguíneos minúsculos de Ashlyn perto de seu quadril. Uma vez dentro do organismo, Ebersole conseguiu depositar uma gota de supercola estéril no cérebro do bebê por meio de instrumentos, como cateteres, do tamanho de um fio de cabelo humano.
O procedimento até agora foi bem-sucedido, de acordo com informações da equipe médica.
Desde 1949, a história médica mostra apenas 17 casos registrados de recém-nascidos (crianças com menos de 4 semanas de idade) que sofrem uma hemorragia cerebral.
A equipe acredita que essa foi a primeira vez que a supercola foi usada para reparar um aneurisma neonatal.
Ebersole espera que Ashlyn tenha uma recuperação completa já que seu cérebro infantil ainda não estava totalmente desenvolvido e muito resistente.
Fonte: Isaude.net

terça-feira, 11 de junho de 2013

Aumento do uso de testosterona por homens na faixa dos 40 preocupa médicos

A quantidade de homens de meia idade que obtém prescrições de testosterona vem crescendo rapidamente. Isso eleva a preocupação de que um número cada vez maior de homens esteja usando de forma imprópria esse potente hormônio, para aumentar a libido e sentir-se mais jovem, relatam pesquisadores.




























A terapia de reposição de testosterona é autorizada somente no tratamento do hipogonadismo, ou redução anormal nos níveis de testosterona. Esse hormônio ajuda a aumentar a massa muscular, reduzir a gordura corporal e aumentar a libido. Um estudo publicado no periódico JAMA Internal Medicine, porém, descobriu que muitos homens recebem prescrições para o hormônio sem que seja comprovada essa deficiência.
O estudo recente é o maior realizado até agora sobre padrões de prescrição de testosterona e incluiu aproximadamente 11 milhões de pessoas do sexo masculino, que foram monitorados por meio de uma seguradora de saúde de grande porte. O relatório demonstrou que o número de homens idosos e de meia-idade que receberam receitas do hormônio triplicou a partir de 2001.
Os homens na faixa dos 40 constituem o grupo de usuários cujo uso tem aumentado mais rapidamente. Entre os homens que receberam prescrições de testosterona, aproximadamente metade havia recebido o diagnóstico de hipogonadismo, e cerca de 40% tinham disfunção erétil ou sexual. Um terço tinha recebido o diagnóstico de fadiga.
A Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos, associação de médicos que estabelece as diretrizes para a terapia de reposição de testosterona, recomenda o tratamento apenas para os homens que possuem níveis claramente baixos de testosterona. Para que esses níveis sejam descobertos é necessária a realização de um exame de sangue. O novo relatório, porém, descobriu que um quarto dos homens não realizou o exame antes de receber o hormônio. Também era incerta a porcentagem de homens que realizou o exame e apresentou deficiência hormonal.
A terapia com testosterona pode engrossar o sangue, causar acne e reduzir a contagem de espermatozoides. Muitos médicos também temem que a terapia aumente o risco de doenças cardíacas e câncer de próstata. Alguns especialistas, porém, afirmam não existir comprovações para tais afirmações. Jacques Baillargeon, principal autor da nova pesquisa, afirmou que a segurança do uso de testosterona no longo prazo ainda precisa ser demonstrada em estudos de qualidade.
"Eu acredito que esses homens relativamente saudáveis que começaram a receber testosterona aos 40 anos talvez fiquem expostos por um período de tempo muito grande e não sabemos quais são os riscos envolvidos", afirmou Baillargeon, professor adjunto de epidemiologia do departamento médico da Universidade do Texas, em Galveston.
Fonte: UOL Notícias

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Exame detecta primeiros efeitos da quimioterapia sobre coração das crianças

Ressonância magnética pode ajudar a retardar o aparecimento de lesões cardíacas em crianças que sobreviveram ao câncer

Foto: Francesca Rizzo/Foto Stock

O exame de ressonância magnética detecta os primeiros efeitos da quimioterapia sobre o coração das crianças, de acordo com estudo de pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá.
A quimioterapia com antraciclinas, assim como com doxorrubicina, é um dos tratamentos mais eficazes contra muitos tipos de câncer, incluindo leucemia e linfoma de Hodgkin, câncer de mama, pulmão e ovário. No entanto, também pode levar a danos irreversíveis do coração, que podem não ser evidentes até vários anos após o tratamento.
Segundo os pesquisadores, ser capaz de detectar esse dano em um estágio inicial, a fim de iniciar a terapia preventiva de pessoas afetadas, é especialmente importante em crianças.
A equipe realizou exames de ressonância magnética em crianças e adultos jovens (com idades entre 7 a 19) que estavam em remissão após o tratamento com antraciclina.
Eles descobriram que foram capazes de identificar alterações no músculo cardíaco relacionadas com a formação de fibrose usando um método de ressonância magnética chamado de mapeamento T1, mesmo em crianças cuja função do coração era aparentemente normal por meio do ultrassom.
"Em sobreviventes de câncer infantil, as mudanças na ressonância magnética foram relacionadas à dose de antraciclina dada às crianças. Essas mudanças também são espelhadas pelo afinamento da parede do coração e uma redução na capacidade de exercício. Ao detectar essas mudanças cedo só podemos esperar que futuras pesquisas utilizando essas técnicas possam guiar a identificação precoce e tratamento na tentativa de retardar o aparecimento de lesões cardíacas em crianças que sobreviveram ao câncer", concluem os pesquisadores Edythe Tham e Richard Thompson.
Fonte: Isaude.net

15% dos endoscópios reutilizáveis estão contaminados com bactérias nocivas

Estudo realizado nos EUA revela falha nos processos de limpeza e indica risco potencial para os pacientes


































Três em cada 20 endoscópios utilizados para exames gastrointestinais abrigam níveis inaceitáveis de "bio sujeira", células e materiais do corpo de um paciente, que poderia representar risco potencial de infecção, de acordo com estudo realizado em cinco hospitais dos Estados Unidos.
A equipe da 3M Infection Prevention Division analisou 275 duodenoscópios flexíveis, gastroscópios e colonoscópios e descobriu que 30%, 24% e 3%, respectivamente, não passaram em uma classificação de limpeza.
"Três em cada 20 é um número inesperadamente elevado de endoscópios com falta de critério de limpeza. Claramente, não gostaríamos que nenhum endoscópio não passasse na classificação de limpeza", afirma o investigador principal Marco Bommarito.
Nos últimos anos tem havido relatos de endoscópios indevidamente limpos nos serviços de saúde em todo o país, incluindo na Veterans Administration, em que milhares de pacientes necessitaram de testes para HIV, bem como a hepatite B e C.
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), que publicou as diretrizes para reprocessamento de endoscópios em 2008, mais surtos de saúde têm sido associados a endoscópios contaminados do que qualquer outro dispositivo médico.
Anualmente entre 15 e 20 milhões de procedimentos endoscópicos são realizados com endoscópio reutilizáveis para rastrear vários componentes do aparelho gastrointestinal de um paciente. Estes dispositivos permitem que os profissionais de saúde investiguem a superfície deste órgão e identifiquem problemas como pólipos ou câncer de cólon.
Depois que um endoscópio é utilizado para um procedimento, ele é enviado para limpeza antes de ser reutilizado com outro paciente. Este reprocesso envolve duas etapas: a primeira limpeza, manual com um detergente enzimático e fricção por um técnico do hospital e, segundo, mergulhar o dispositivo em um desinfetante de alto nível.
O primeiro passo é essencial para assegurar que o processo de desinfecção seja eficaz. Após o fim da limpeza manual, o técnico inspeciona visualmente o instrumento para garantir a limpeza. No entanto, este estudo mostrou que a contaminação pode permanecer no dispositivo e pode ser invisível a olho nu.
No estudo, após o passo do processo de descontaminação e desinfecção de limpeza manual, os técnicos de limpeza em cinco hospitais nos EUA foram solicitados a lavar os dispositivos com água estéril, e esta amostra foi analisada pelos investigadores para o trifosfato de adenosina (ATP), marcador de contaminação biológica.
A quantidade de ATP, em unidades de luz relativas (RLUs), foi medida, com um limite para "aprovado / reprovado" fixado em 200 RLUs.iii, iv. Quaisquer instrumentos com mais de 200 RLUs foram identificados como com falha de limpeza.
"Os protocolos de limpeza para endoscópios flexíveis precisam de melhorias, tais como orientações adaptadas ao tipo de dispositivo ou identificar se há falta de um passo crítico no processo de limpeza manual, além de documentar as medidas de controle de qualidade. Estes tipos de melhorias poderiam ter um impacto positivo na segurança do paciente", conclui Bommarito.
Fonte: Isaude.net

Teste detecta síndrome de Down durante gravidez com 'mais precisão'

Uma equipe de cientistas britânicos desenvolveu um novo exame que promete detectar, mais cedo e com mais precisão, a síndrome de Down durante a gravidez.




















A equipe da universidade Kings College de Londres, responsável pela pesquisa, analisou o sangue de 1 mil grávidas e concluiu que o novo teste, chamado exame de DNA fetal (cfDNA, na sigla em inglês), pode mostrar "quase que com certeza" se o bebê é portador do distúrbio genético.
Atualmente, o teste mais comum é feito entre a 11ª e a 33ª semana de gravidez por meio de ultrassom. Nele, o médico mede a quantidade de um líquido atrás do pescoço do bebê chamado translucência nucal. Crianças com síndrome de Down tendem a apresentar uma maior quantidade de dessa substância.
Além disso, hoje, as grávidas podem fazer um exame de sangue para checar se há níveis anormais de certas proteínas e hormônios em seus bebês.
A partir desses testes, são calculadas as chances da criança ser portadora da síndrome. No entanto, se a chance for alta, a recomendação é que as grávidas passem por um dos dois testes para esses casos – ambos invasivos e arriscados.
Um deles é a biópsia do vilo corial, que analisa uma pequena amostra da placenta. O outro é a amniocentese, que testa o líquido aminiótico que envolve o bebê. A probabilidade de os dois exames provocarem aborto é de 1 em 100 casos.

'Definitivo'

O professor Kypros Nicolaides, que coordenou a pesquisa, afirmou que o novo exame de DNA é muito mais certeiro, já que seu resultado indica com 99% de precisão se o bebê apresenta a síndrome de Down.
"Esse teste é praticamente um diagnóstico. Ele mostra com quase certeza se o seu bebê tem ou não a síndrome", diz Nicolaides. "Da perspectiva da mulher, ele traz uma mensagem muito mais clara sobre o que fazer em seguida."
Segundo ele, hoje a prática médica recomenda envolver os pacientes nessas decisões. "Mas isso é apenas da boca para fora. Porque se o risco é de, por exemplo, um em 250, como é possível decidir? Quando os pacientes tiverem mais clareza, será mais fácil."
A equipe médica, que publicou a pesquisa sobre o teste na revista científica Ultrasound in Obstetrics and Gynaecology, agora vai fazer um estudo com 20 mil mulheres para incrementar os resultados obtidos.
A Associação de Síndrome de Down no país disse que a realização do teste ainda não é algo iminente.
Fonte: BBC Brasil

domingo, 9 de junho de 2013

Aleitamento materno beneficia o desenvolvimento do cérebro dos bebês

Bebês amamentados por pelo menos três meses tiveram melhor desempenho em áreas cerebrais ligadas a linguagem e controle motor


Pesquisadores da Brown University, nos EUA, descobriram novas evidências de que o aleitamento materno beneficia o desenvolvimento do cérebro dos bebês.
Imagens de ressonância magnética, tiradas enquanto as crianças estavam dormindo, mostraram que aquelas que foram amamentadas exclusivamente por pelo menos três meses tiveram um maior desenvolvimento em partes importantes do cérebro em comparação com crianças alimentadas com fórmula ou uma combinação de fórmula e leite materno.
O líder da pesquisa Sean Deoni e seus colegas usaram aparelhos de ressonância magnética especiais que visualizaram os cérebros dos bebês enquanto eles dormiam. A técnica de ressonância magnética olhou para a microestrutura da matéria branca do cérebro, o tecido que contém as fibras nervosas longas e ajuda diferentes partes do cérebro a se comunicarem umas com as outras.
Especificamente, a técnica procurou avaliar a quantidades de mielina, material que isola as fibras nervosas e acelera os sinais elétricos enquanto eles circulam no cérebro.
Deoni e seus colegas analisaram 133 crianças em idades que variaram de 10 meses a 4 anos. Todos os bebês tiveram tempo normal de gestação e todos vieram de famílias com condições socioeconômicas semelhantes.
O estudo mostrou que aqueles bebês que foram amamentados por pelo menos três meses tiveram maior desenvolvimento da matéria branca do cérebro. "Estamos descobrindo que a diferença [em crescimento de substância branca] é da ordem de 20 a 30%, comparando as crianças que receberam leite materno e as crianças não amamentadas", afirma Deoni.
Após realizarem um conjunto de testes cognitivos, a equipe notou maior desempenho de linguagem, recepção visual, desempenho e controle motor no grupo amamentado.
Segundo os investigadores, houve um aumento no crescimento do cérebro em bebês que foram amamentados por mais tempo, especialmente em áreas do cérebro ligadas com a função motora.
A equipe acredita que os resultados se somam a um corpo substancial de pesquisa que encontra associações positivas entre amamentação e a saúde do cérebro infantil.
Fonte: Isaude.net

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