sábado, 22 de junho de 2013

Violência contra mulheres causa epidemia global de saúde, diz OMS

Mais de 1/3 das mulheres do mundo é vítima de violência física ou sexual.




































Mais de um terço de todas as mulheres do mundo é vítima de violência física ou sexual, o que representa um problema de saúde global com proporções epidêmicas, aponta um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quinta-feira (20).

A grande maioria das mulheres sofre agressões e abusos de seus maridos ou namorados, além de ter problemas de saúde comuns que incluem ossos quebrados, contusões, complicações na gravidez, depressão e outras doenças mentais, diz o relatório.

O relatório, uma coautoria de Charlotte Watts e Claudia Garcia-Moreno, da OMS, concluiu que quase dois quintos (38%) de todas as mulheres vítimas de homicídio foram assassinadas por seus parceiros, e 42% das mulheres que foram vítimas de violência física ou sexual por parte de um parceiro sofreram lesões como consequência.

O relatório constatou que a violência contra as mulheres é uma das causas para uma variedade de problemas de saúde agudos e crônicos, que vão desde lesões imediatas, infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, à depressão e transtornos de saúde mental.

As mulheres que sofrem violência de seus parceiros são mais propensas a ter sífilis, clamídia ou gonorréia. E mulheres de algumas regiões, incluindo a África sub-saariana, têm quase duas vezes mais probabilidade de serem infectadas com o vírus da Aids, diz o relatório.


Fonte: Canal FIOCRUZ

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Médicos britânicos desenvolvem animações gigantes para aulas

Dois médicos britânicos criaram um sistema que usa uma animação em 3D gigante para ajudar estudantes de medicina a compreender melhor o assunto das aulas.




















Os dois mostraram um gráfico 3D de um rim com quatro metros para demonstrar a função renal durante uma aula na semana passada.
Estas animações foram desenvolvidas por Kapil Sugand, que trabalha no St. George's Hospital e no Imperial College, ambos em Londres, e pelo médico Pedro Campos, do St. George's Hospital.
Eles dizem que a técnica não pode ser chamada de holograma, pois é baseada em um tipo de ilusionismo que combina placas de vidro com métodos especiais de iluminação para fazer com que as imagens apareçam flutuando no ar.
As imagens são animadas e podem ser controladas pelo palestrante.
Para criar as animações, são usados três projetores que geram imagens coloridas no palco e foram projetadas para serem usadas em um grande auditório.
Os médicos afirmam que queriam facilitar a absorção de uma grande quantidade de detalhes e informações, necessários para que os estudantes de medicina passem em provas importantes. Os estudantes podem participar de até nove horas de aulas e palestras por dia e normalmente estudam seis anos para conseguir a qualificação necessária para exercer a profissão.
"A pesquisa em ciências educacionais mostrou que a capacidade de prestar atenção de um estudante médio dura entre 20 e 30 minutos, mas as aulas padrão duram pelo menos uma hora", disse Sugand à BBC.
"O corpo humano é uma máquina muito complexa. É muito difícil compreender como um rim ou fígado funcionam com slides de Powerpoint, por exemplo."
Um "corpo humano holográfico" já foi testado em uma aula de anatomia no Imperial College, mas o projeto não visava uma grande audiência, segundo Sugand.
"Isto (o projeto) pode ser uma forma de ensinar procedimentos cirúrgicos para um grande grupo de alunos", afirmou o médico.













Resposta positiva e custos
A resposta dos alunos do primeiro ano de medicina no St. George's Hospital, da Universidade de Londres, que participaram da aula com a nova animação 3D foi positiva.
"Passamos muito tempo olhando manuais e ouvindo aulas para tentar entender os assuntos e acho que isto (a animação) tornaria várias áreas médicas mais fáceis de entender", disse Hannah Barham.
"Como conceito é fantástico, mas não acho que vai substituir a aula tradicional no momento, pois não é possível personalizar (as animações para cada aula)", afirmou outro aluno, Andrew Salmon.
Sugand admite que as animações visam ser uma ferramenta a mais e não se transformariam em substitutas para o uso de corpos em aulas de anatomia.















"Nada pode substituir a dissecação de um corpo, é a melhor e mais tradicional forma de aprender anatomia. (O uso de ferramentas) Multimídia se transformou em uma forma de complementar e não de substituir aquele processo", disse.
Sugand e Campos gastaram 10 mil libras (cerca de R$ 33,9 mil) para elaborar um pequeno acervo de imagens em 3D, incluindo uma sequência que destaca os efeitos da malária em várias partes do corpo. O dinheiro veio das universidades onde os dois trabalham e também dos pais de Pedro Campos.
Apesar da demonstração bem-sucedida da animação durante uma palestra, a universidade que sediou o evento já informou que o projeto ainda não deverá ser aplicado.
"O custo seria muito alto. Neste estágio é mais uma prova do conceito", disse um porta-voz do hospital St. George's Hospital e da Universidade de Londres.
Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Transparência nos testes de medicamentos esbarra em justiça europeia

A Agência Europeia de Medicamentos (AEM), braço da União Europeia responsável pela avaliação científica dos medicamentos que entram no mercado da UE, sofreu um revés judicial em sua iniciativa para tornar públicos mais dados levantados em testes clínicos, informa nota publicada no website da revista Nature.
Os apelos por maior transparência nos resultados dos testes que determinam a eficácia e segurança de novas drogas vêm se multiplicando.
O livro Bad Pharma, do médico e jornalista britânico Ben Goldacre, publicado em 2012, denunciava que as empresas farmacêuticas realizam uma "publicação seletiva" dos dados levantados nesses estudos, distorcendo a informação disponível para que médicos e pacientes façam suas escolhas.
Em resposta ao livro, o Comitê de Ciência e Tecnologia do Parlamento Britânico realizou audiências sobre o assunto.
O assunto também ganhou evidência por conta de escândalos envolvendo a indústria farmacêutica nos últimos anos, como o que forçou a GlaxoSmithKline a pagar bilhões de dólares em indenizações, depois de se declarar culpada de distorcer as informações sobre a segurança de sua droga Avandia.
Reagindo a essas pressões e preocupações, a AEM vinha tentando tornar pública uma parcela maior dos dados apresentados pelas empresas que buscam a aprovação de seus medicamentos na Europa.
Mas duas empresas baseadas nos Estados Unidos - AbbVie e InterMune - obtiveram, em abril, liminar para impedir a publicação de parte de seus dados.
No fim de maio, de acordo com a Nature, a AEM decidiu restringir a divulgação de dados de outras empresas que se enquadrem nas mesmas categorias cobertas pela liminar das firmas americanas, ao menos até o julgamento final do caso.















Lado errado
Pesquisadores estão recebendo cartas da AEM informando que alguns documentos solicitados a respeito de testes clínicos não poderão ser divulgados enquanto a questão continuar sub-judice.
Um artigo publicado no blog da central de periódicos científicos online PLoS, assinado por Síle Lane, da direção do grupo Sense About Science, já acusava a Corte europeia de estar do "lado errado" na questão da segurança dos pacientes.
"A decisão da Corte põe a Agência Europeia de Medicamentos em conflito com sua própria política", acusa o artigo. "E o que é mais importante, a decisão da Corte (...) coloca-a em conflito com os interesses dos pacientes".
Em nota, a Sense About Science, uma das patrocinadoras do movimentoAllTrials, que pede que todos os testes de medicamentos sejam registrados e que todos os resultados sejam publicados, cita o pesquisador Peter Doshi, da Universidade Johns Hopkins, dizendo que a ação das duas companhias for bem-sucedida, "há um risco real de que a revolução da AEM em transparência de dados chegue ao fim".
Goldacre, também citado pelo Sense about Science, classificou a decisão judicial provisória da corte como uma "desgraça". "Não há justificativapara sonegar informação sobre métodos e resultados de testes clínicos de médicos, pesquisadores e pacientes, que precisam de toda a informação sobre um remédio para tomar decisões realmente informadas".
Fonte: Diário da Saúde - Carlos Orsi - Inovação Unicamp

Obesidade pode causar perda auditiva em crianças e adolescentes

Jovens obesos têm maior perda em todas as frequências de audição e são duas vezes mais propensos a ter perda auditiva unilateral





























Adolescentes obesos são mais propensos do que aqueles com peso normal a ter perda auditiva, de acordo com pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA.
Os resultados mostraram que os adolescentes obesos tinham maior perda em todas as frequências de audição e eram quase duas vezes mais prováveis de ter perda auditiva unilateral de baixa frequência.
O estudo foi publicado no jornal The Laryngoscope.
"Este é o primeiro trabalho a mostrar que a obesidade está associada com perda auditiva em adolescentes", afirma o primeiro autor Anil K. Lalwani.
O estudo descobriu que a obesidade em adolescentes está associada à perda auditiva neurossensorial em todas as frequências (a faixa de frequência que pode ser ouvida por humanos), perda auditiva neurossensorial é causada por danos às células ciliadas do ouvido interno.
As taxas mais elevadas foram para perda de audição de baixa frequência em 15 e 16% dos adolescentes obesos em comparação com 7,89% dos adolescentes não obesos.
Pessoas com perda auditiva de baixa frequência não podem ouvir sons de frequências de 2.000 Hz e abaixo, mas ainda podem ouvir os sons nas frequências mais altas. Muitas vezes, eles ainda podem entender a fala humana bem, mas pode ter dificuldades em ouvir em grupos ou em lugares barulhentos.
Embora a perda total de audição entre os adolescentes obesos foi relativamente leve, o aumento de quase duas vezes nas chances de perda auditiva de baixa frequência unilateral é particularmente preocupante.
Lalwani e seus colegas especulam que a obesidade pode, direta ou indiretamente, levar à perda de audição. Embora pesquisas adicionais sejam necessárias para determinar os mecanismos envolvidos, eles acreditam que a inflamação induzida pela obesidade pode contribuir para a perda de audição.
Níveis plasmáticos da proteína anti-inflamatória adiponectina, que é secretada pelo tecido adiposo, foram encontrados em crianças obesas, e níveis baixos em adultos obesos têm sido associados com perda auditiva de alta frequência (que afeta a capacidade da pessoa de compreender a fala).
Fonte: Isaude.net

terça-feira, 18 de junho de 2013

Adesivos podem substituir agulhas em vacina do futuro, dizem cientistas

Um adesivo que é colocado na pele para aplicar vacinas de forma barata e eficaz foi apresentado durante a conferência TEDGlobal em Edimburgo, na Escócia.




















Substituir a agulha por um nanoadesivo pode transformar a prevenção de doenças mundo afora, disse o inventor da tecnologia, o pesquisador Mark Kendall, da University of Queensland, em Brisbane, Austrália.
Segundo ele, o novo método abre caminho para vacinas de uso fácil para doenças como a malária, por exemplo.
Outros especialistas deram boas vindas à novidade, mas disseram que o método pode não ser apropriado para todos os pacientes.
A série de conferências TEDGlobal (a sigla inglesa TED quer dizer "Think, Exchange, Debate" ou "Pense, Troque, Debata") é realizada anualmente em diferentes partes do mundo. Ela é financiada pela fundação privada sem fins lucrativos Sapling Foundation, que promove a circulação de grandes ideias pelo mundo.

Método Antigo

A palestra de Kendall em Edimburgo teve uma simbologia histórica: há 160 anos, na capital escocesa, Alexander Wood pediu a primeira patente para a agulha e a seringa.
"A patente era quase idêntica às agulhas que usamos hoje. É uma tecnologia de 160 anos", disse Kendall.
Aliada à água limpa e saneamento, ela cumpriu um papel fundamental no aumento da longevidade em todo o mundo, acrescentou. Mas para Kendall, talvez tenha chegado a hora de atualizarmos essa tecnologia.
O nanoadesivo é baseado na nanotecnologia - que permite manipular a matéria em escala atômica e molecular, ou seja, em dimensões infinitamente pequenas.
Ele supera algumas das desvantagens mais óbvias de vacinas convencionais, como o medo da agulha e a possibilidade de contaminação provocada pelo uso de agulhas sujas.















Mas há outras razões pelas quais o método pode ser transformador, disse o professor.
Milhares de minúsculas saliências no adesivo perfuram a pele e liberam a vacina, que é aplicada, seca, sobre a pele.
"As saliências no adesivo trabalham com o sistema imunológico da pele. Nosso alvo são essas células, situadas a um fio de cabelo de distância da superfície da pele", disse Kendall.
"Talvez estejamos errando na mira e deixando de atingir o ponto imunológico exato, que pode estar na pele e não no músculo, que é onde as agulhas tradicionais vão".
Em testes feitos no laboratório de Kendall na University of Queensland, o adesivo foi usado para administrar a vacina contra gripe.
A equipe australiana disse ter notado que as respostas para vacinas aplicadas por meio do nanoadesivo foram completamente diferentes daquelas aplicadas com o uso da seringa tradicional.
"Isso significa que nós podemos trazer uma ferramenta completamente diferente para a vacinação", disse o pesquisador.
A quantidade de vacina necessária, por exemplo, é muito menor - até um centésimo da dose normal.
O preço de "uma vacina que custa US$ 10 pode ser reduzido para US$ 0,10, o que é muito importante no mundo em desenvolvimento", acrescentou.

Vacinas Sem Efeito

Outro ponto fraco das vacinas tradicionais é que, por serem líquidas, precisam ser mantidas no refrigerador, desde o laboratório até a clínica onde é feita a vacinação.
"Metade das vacinas aplicadas na África não estão funcionando direito por causa de falhas na refrigeração em algum momento".
Quando Kendall disse, durante a conferência, que a vacina nanoadesiva poderia ser mantida a 23ºC durante um ano, a plateia respondeu com aplausos calorosos.
Um representante da Brithish Society for Immunology, a sociedade britânica de imunologia, deu boas vindas à tecnologia, mas fez algumas ressalvas.
"Essa abordagem traz esperanças de vacinação fácil e em grande escala, já que ela tem como alvo um tipo de célula imunológica chamada célula Langerhans, que existe em abundância na pele", disse Diane Williamson".
"Essas células absorvem avidamente a vacina e são capazes de desencadear a resposta imunológica".
"Porém, um dos problemas em potencial na aplicação (da vacina) sobre a pele é o tempo de aplicação e como garantir a administração da quantidade adequada de vacina".
"Além disso, talvez haja problemas de tolerância do adesivo em alguns pacientes. Mas se esses problemas puderem ser superados, o nanoadesivo tem o potencial de substituir a aplicação convencional, baseada em aplicação intramuscular por agulha".
O nanoadesivo começará a ser testado em breve na Papua Nova Guiné, onde suprimentos de vacina são escassos.
Kendall disse que acha difícil imaginar um mundo sem agulhas e seringas tradicionais, mas espera que o novo método possa ser utilizado em grande escala.

Fonte: Jane Wakefield
Repórter de Tecnologia, BBC News

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Descoberta nova camada na córnea humana

Cientistas da Universidade de Nottingham (Reino Unido) descobriram uma camada da córnea humana - a janela transparente na parte frontal do olho humano - desconhecida até agora.
A descoberta vai ajudar os cirurgiões a melhorarem as cirurgias e os transplantes de córnea, com melhores resultados para os pacientes submetidos a esses procedimentos.
A nova camada foi batizada de "Camada de Dua", em homenagem ao professor Harminder Dua, que a descobriu.














"Esta é uma descoberta marcante, que significa que os livros didáticos de oftalmologia terão literalmente que ser reescritos. Tendo identificado esta camada nova e distinta no tecido da córnea, agora podemos aproveitar a sua presença para tornar as cirurgias mais seguras e mais simples para pacientes," disse o professor Dua.
Camadas da córnea humana
A córnea humana é a lente de proteção transparente na parte frontal do globo ocular, através da qual a luz entra no olho.
Há diversas doenças que afetam a parte de trás da córnea. Por isso, o conhecimento adequado de sua estrutura é essencial para identificar as origens dessas doenças, bem como separar uma patologia da outra.
Os livros didáticos atuais afirmam que a córnea é constituída por cinco camadas - da frente para trás, o epitélio da córnea, a camada de Bowman, o estroma corneano, a membrana de Descemet e o endotélio da córnea.
A nova camada agora descoberta está localizada na parte de trás da córnea, entre o estroma corneano e a membrana de Descemet.
Embora tenha apenas 15 micrômetros de espessura - a córnea inteira tem cerca de 550 micrômetros, ou 0,5 milímetro, de espessura - a Camada de Dua é forte o suficiente para resistir a 1,5 bar de pressão.
Segundo os pesquisadores, a descoberta terá grande impacto sobre o avanço da compreensão de uma série de doenças da córnea, incluindo a hidropsia aguda, a Descematocela e distrofias da pré-Descemet.

Fonte: Diário da Saúde

domingo, 16 de junho de 2013

Sete dores que não devem ser menosprezadas

Elas avisam: algo está errado. Mas preferimos pensar que vão passar depressa a procurar um médico. É aí que muitas vezes damos de cara com o perigo. Saiba como escapar de um engano


Levante a mão quem nunca se automedicou por causa de uma dor. É corriqueiro achar que ela é um mal passageiro, entupir-se de analgésico e esperar até ela se tornar insuportável para ir ao médico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensação dolorosa sem procurar ajuda. Foi assim com a auxiliar de dentista Antônia Sueli Ferreira, 45 anos, de São Paulo. "Tomei muito remédio durante três meses por causa de cólicas fortíssimas e do que parecia ser uma lombalgia. Só depois fui ao médico. E então descobri que tinha um câncer colorretal. Tive de ser submetida às pressas a uma cirurgia. Por sorte, estou bem", conta. Segundo o cirurgião Heinz Konrad, do Centro para Tratamento da Dor Crônica, em São Paulo, "a dor é um mecanismo de proteção que avisa quando algo nocivo está acontecendo". A origem do malestar? Eis a questão — e, para ela, precisamos ter sempre uma resposta. "Na dúvida, toda dor precisa ser checada, ainda mais aquela que você nunca sentiu igual", aconselha o cardiologista Paulo Bezerra, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Aqui, selecionamos sete dores que você nunca deve ignorar. 

Dor de cabeça 
Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios — esta, mais comum entre as mulheres. E esses são justamente os casos em que a automedicação aumenta o tormento. "Isso porque, quando mal usado, o analgésico transforma uma dorzinha esporádica em diária", avisa o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabeça merecem ainda mais atenção: é que podem estar relacionadas à hipertensão

Dor de garganta 
Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. "Se não for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir até cirurgia", alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, na Grande São Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pescoço também incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infecções. 

Dor no peito 
"Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços", descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardíaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. "A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço físico", explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.

Dor nas pernas 
Muita gente não hesita em culpar as varizes — às vezes injustamente. "A causa pode ser outra", avisa a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Uma artrose, por exemplo, provoca fortes dores nos pés e nos joelhos. Se não for tratada, piora até um ponto quase sem retorno. "Em outros indivíduos a dor vem das pisadas", explica Lin. "É quando há um erro na posição dos pés ou se usam calçados inadequados." Sem contar doenças como hipotireoidismo e diabete, que afetam a circulação nos membros. "Há medicamentos específicos para resolver a dor nesses casos", diz a reumatologista Solange Mandeli da Cunha, do Centro de Funcionalidade da Dor, em São Paulo. 

Dor abdominal 

Uma dica: o importante é saber onde começa. Uma inflamação da vesícula biliar começa no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao médico faz diferença. "Se a pessoa não for socorrida, podem surgir perfurações nessa bolsa que guarda a bile fabricada no fígado", diz o cirurgião Heinz Konrad. Nas mulheres, cólicas constantes — insuportáveis no período menstrual — levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do útero cresce e invade outros órgãos. "Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abdômen tem essa doença", calcula a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. 

Dor nas costas 
A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. "É uma dor diária, causada pelo desgaste físico e pelo sedentarismo", diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conviver com o tormento? Essa é a pior saída. A dor nas costas, além de minar a qualidade de vida, pode escamotear o câncer no pâncreas também. "No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva", ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precaução, aprenda que a dor nas costas que não some em dois dias sempre é motivo de visitar o médico. 

Dor no corpo 

Se ele vive moído, atenção às suas emoções. A depressão, por exemplo, não raro desencadeia um mal-estar que vai da cabeça aos pés. "O que dá as caras no físico é o resultado da dor psicológica", diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde, em São Paulo. "Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional", opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo. E, claro, essas dores que no fundo são da alma também precisam de alívio.


Ajude o médico a descobrir a verdadeira causa de seus “ais”. Leve as seguintes informações para a consulta:

Quando 
Puxe pela memória o dia, semana ou mês em que sua dor deu as caras e identifique a frequência com que ela aparece — se é diária, quantas vezes por dia se manifesta e quanto tempo costuma durar.

Onde 
Aponte os lugares do corpo em que a dor ocorre. Se for difícil especificar um ponto, mostre a região afetada. Explique também se ela começa em um lugar e, dali, se irradia para outros. 

Como 
Descreva a sensação — queima? Dá pontadas ou agulhadas? Formigamento? No lugar onde dói, você sente um aperto ou pressão? Acredite: para os ouvidos dos especialistas, esse tipo de informação vale ouro. 

Avaliação 
Dê uma nota de 1 a 10 à sua dor, comparando-a a outras que você já sentiu. Avalie o grau e não deixe de contar ao especialista se teve febre, perda de apetite ou falta de sono depois que a dor apareceu. 

Soluções 
O que fez para diminuir a dor? Relate se uma bolsa de água quente ajudou. E preste atenção no seu corpo para dizer o que parece piorar a sensação dolorosa — comida gordurosa, esforço físico... o quê?

Fonte: Medicina - Saúde Abril

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