20/02/08 - 10h45 - Atualizado em 20/02/08 – 10h45
Pacientes melhoram atenção e memória. Tratamento deve ser iniciado precocemente.
Luis Fernando CorreiaEspecial para o G1
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Uma pesquisa realizada por médicos finlandeses demostrou que ouvir música auxilia a recuperação de pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral. Divulgada em artigo publicado nesta quarta-feira (20) na versão na versão online da revista especializada "Brain", traz uma nova abordagem, complementar aos tratamentos convencionais.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN; veja o site
Os pesquisadores trabalharam com mais de 60 pacientes da Universidade de Helsinqui, na Finlândia que haviam sofrido um AVC e estavam recebendo tratamento de reabilitação habitual. O tratamento começava ser realizado assim que o paciente era admitido no hospital.
Os cientistas dividiram os pacientes em grupos que ouviram música diariamente, outros ouviam histórias gravadas (áudio-livros) ou somente recebiam o tratamento convencional de reabilitação.
Como muitos desses pacientes apresentam limitações motoras importantes, permanecem longos períodos do dia em seus leitos e muitas vezes sozinhos. A expectativa dos pesquisadores era de que a música e as histórias gravadas pudessem acelerar a recuperação através de uma estimulação mais constante.
Após três meses de tratamento, os pacientes do grupo que ouvia música apresentavam 60% de melhora na avaliação da memória verbal, o grupo dos livros gravados também mostrou progresso, porém mais modesto, somente 18%. Da mesma forma, a atenção e a capacidade de resolver pequenos problemas melhorou quase 20% naqueles que receberam o estímulo musical sem apresentarem diferenças nos outros dois grupos.
Um outro aspecto importante foi o de que os pacientes expostos à música tinham menos depressão e estavam em melhor estado psíquico, quando comparados aos outros.
Os cientistas acreditam que o tratamento deva ser iniciado o mais cedo possível, antes da fase de adapação das funcões cerebrais que se segue a um AVC.
Como esse estímulo é simples, barato e sem contra-indicações, os médicos de Helsinqui estarão desenvolvendo um projeto maior para avaliarem diferentes aspectos envolvidos, como tipos e ritmos variados.
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