terça-feira, 30 de abril de 2013

SAÚDE E MEIO AMBIENTE: poluição leva mais crianças a hospitais

 


21/04/2013 - 10h39 - Atualizado em 30/04/2013 - 08h32

Pesquisa mostra que risco de ficar doente aumenta até 7,7%

CLÁUDIA FELIZ | cfeliz@redegazeta.com.br

Viúva espera há 14 anos por indenização

Foto: Gabriel Lordêllo

 Gabriel Lordêllo

Com apenas 6 meses, o bebê Jean Guilherme precisou fazer nebulização ontem no Hospital Infantil de Vitória por causa de bronquite

Um estudo realizado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) prova que a poluição do ar na Grande Vitória é causa de mais atendimentos hospitalares de crianças em consequência de doenças respiratórias.

Mesmo com uma concentração de poluentes dentro do padrão estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o risco de uma pessoa desenvolver doença respiratória que leve a atendimento hospitalar aumenta até 7,7%, no caso do monóxido de carbono (C0).

Se a análise diz respeito ao material particulado – aquele que entra pelo nariz e pela boca e pode chegar à traqueia –, o risco cresce 7,5% em relação a uma pessoa que não tem contato com esse poluente. Estudos similares, feitos na Coreia do Sul, revelaram percentual máximo de 2%.

A constatação é da estudante de pós-graduação em Engenharia Ambiental da Ufes Juliana Bottoni de Souza. Ela apresenta hoje à banca de avaliação sua dissertação de mestrado, em que foi orientada pelo professor Valdério Anselmo Reisen. Ele integra o núcleo que estuda poluição do ar na instituição junto dos também professores Jane Meri Santos e Neyval Costa Reis Júnior.

Universo

Juliana Souza levantou dados de 21.091 internações de crianças de 0 a 6 anos no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória, entre os anos de 2005 e 2010.

Paralelamente, obteve de oito estações da rede de monitoramento do ar do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) níveis diários de partículas inaláveis de PM10, dióxido de enxofre (SO2), monóxido de nitrogênio (NO2), ozônio (O3) e monóxido de carbono (CO).

Concentração

Ao avaliar os dados, foi possível constatar mais casos de doenças respiratórias em dias de maior concentração dos poluentes.

Temperatura e umidade do ar também interferem. Dependendo do clima, a dispersão dos poluentes pode ser menor. Também nos dias úteis – de mais atividades industriais e maior circulação de veículos – constatou-se maior número de atendimentos de crianças com doença respiratória, segundo a pesquisadora.

Ela explica que o padrão de emissão de concentração de partículas PM10 estabelecido pelo Conama é de 150 microgramas por metro cúbico – em 24 horas–, e no estudo identificou-se uma média de 33,45 microgramas por metro cúbico. Ainda assim, houve impacto na saúde das crianças.

Raio-x do estudo

A pesquisa

Objetivo
O estudo revela a relação direta entre a qualidade do ar e as doenças respiratórias em crianças na Grande Vitória

Universo avaliado
21.091 atendimentos hospitalares feitos entre janeiro de 2005 e dezembro de 2010, no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, localizado em Vitória

Faixa etária dos pacientes: de 0 a 6 anos de idade
Problemas apresentados: doenças do aparelho respiratório

Poluição do ar
No período da pesquisa, foram verificados em oito estações de monitoramento do ar da Grande Vitória, da rede pública estadual, níveis diários de concentrações dos seguintes poluentes:

Material Particulado (PM10): partículas que entram pelo nariz e pela boca
Dióxido de enxofre (SO2)
Monóxido de nitrogênio (NO2)
Ozônio (O3)
Monóxido de carbono (CO)

Conclusão
Em dias de maior concentração das substâncias poluentes na atmosfera, aumentou o número de atendimentos de crianças com doença respiratória

O problema foi constatado mesmo quando as emissões do material particulado (PM10) chegavam, em média, ao limite de 33,45 microgramas por metro cúbico. Esse índice é bem inferior ao padrão do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que é de 150 microgramas por metro cúbico

Fontes: Juliana Bottoni de Souza e Valdério Reisen, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)

Fonte: A Gazeta

Fonte: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/04/noticias/cidades/1434535-poluicao-leva-mais-criancas-a-hospitais.html

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