29/4/2013 às 01h00 (Atualizado em 29/4/2013 às 03h00)
Novo medicamento promete sobrevida de 45%; câncer de pele é o que mais mata no Brasil
Vanessa Sulina, do R7
Adriana, 48 anos, viveu anos de luta contra o câncer de pele Divulgação
“Foi um baque”. É assim que, Adriana Keffer Van Deursen, 48 anos, relembra o dia em que recebeu a notícia de que estava com câncer de pele. Há nove anos, ela foi diagnosticada com o melanoma, um dos tipos desta doença que, neste ano, deverá atingir 7.000 pessoas no Brasil. De lá para cá, ela se submeteu a diversos tratamentos, mas só depois de 2011 foi que a professora particular conseguiu se curar.
— Quando soube que tinha melanoma metastático, precisei organizar a minha cabeça e vi que iria enfrentar uma guerra. Pois, essa doença não é uma luta, é uma guerra infinita.
O sinal de que algo estranho acontecia em seu corpo foi uma pinta preta no braço direito um “pouco alta”, como relembra. Segundo o médico que acompanhou seu tratamento, o oncologista do Hospital São José Antônio Carlos Buzaid, a doença apareceu por causa da intensa exposição ao sol.
Adolescente com câncer terminal lança linha de moda
O médico explica que “a queimadura solar é o maior fator de risco” deste tipo de câncer. Além disso, pessoas com pele e olhos claros têm mais risco de ter o melanoma. Adriana tem os olhos azuis e a pele clara e, quando era criança, passava “três meses direto no Guarujá” tomando sol sem proteção.
— A queimadura solar é o maior fator de risco, tanto que a Austrália é o país com o maior número de casos, já que as pessoas têm a pele mais clara, olhos claros e, naquele país, há um buraco na camada de ozônio. O maior problema está nas pessoas que tomam sol até 15 anos de idade, porque depois quando ficam mais velhos, procuram usar o filtro sol e evitar a exposição.
Novo tratamento
Depois de passar por uma cirurgia, sessões de quimioterapia e várias idas e vindas do câncer, em 2011, Adriana participou um programa de estudos sobre um novo medicamento que era a esperança da medicina para o controle da doença, o ipilimumabe. Ela recebeu as doses da doença e, então, o câncer foi controlado. Hoje, a professora tem vida normal.
Marido comove o mundo ao mostrar luta da mulher contra o câncer
O oncologista Sanjib Agarwala do hospital Luke´s Cancer Center, de Kansas, nos Estados Unidos, explica que os pacientes que tomam este remédio têm sobrevida de 45% . Ele foi liberado para o mercado brasileiro no mês passado.
— Esse medicamento funciona no sistema imunológico da pessoa, ou seja, ele ativa esse sistema para conseguir combater o câncer. A droga também vai até a doença e não atinge todo o corpo, como a quimioterapia, por exemplo.
Efeito colateral
Apesar dos benefícios, um em cada três pacientes que passam por este tratamento sofrem com efeitos colaterais, como reações na pele, diarreia, o intestino grosso pode parar de funcionar, de acordo com Buzaid.
— Hoje em dia, os médicos já conseguem lidar melhor com estes efeitos colaterais. Estão mais familiarizados e conseguem controlar no caso deles aparecem.
Doença
O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no País. Já o melanoma representa 4% dos tumores, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), o melanoma é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos — células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele.
Em 2012, segundo o Inca, cerca de 6.230 pacientes foram diagnosticado com a doença. Desses, 3.170 homens e 3.060 mulheres.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário