24/4/2013 às 10h32 (Atualizado em 24/4/2013 às 11h09)
Similar a um smartphone, aparelho pode ser comercializado em 2015 se os resultados dos testes forem positivos
Um projeto de pesquisa apoiado pela UE (União Europeia) desenvolveu um dispositivo similar a um smartphone que poderá diagnosticar infecções de malária em apenas 15 minutos, informou nesta quarta-feira (24) a Comissão Europeia (CE).
O dispositivo utiliza a nanotecnologia mais moderna para detectar não apenas infecções de malária com uma pequena amostra de sangue, através, por exemplo, de um furinho no dedo, mas também qualquer resistência a remédios em apenas 15 minutos, informou o Executivo comunitário em comunicado.
Os membros do projeto "Nanomal" afirmam que o dispositivo pode ser enviado e utilizado em países em desenvolvimento a partir de 2015 se os testes que começarão a ser feitos durante este ano tiverem os resultados esperados.
O projeto, avaliado em 5,2 milhões de euros e dos quais a UE financiou 4 milhões, é liderado pela Universidade St George de Londres. Trabalha com a empresa britânica especializada em diagnósticos e sequenciamento de DNA QuantuMDx e com equipes da Universidade alemã de Tübingen e o Instituto Karolinska da Suécia.
O protótipo do dispositivo pretende proporcionar a mesma qualidade nos resultados dos diagnósticos como os que se conseguem em um laboratório, mas com muito menos tempo e custo que geralmente leva esse tipo de análise, tornando-o muito útil para provas no terreno, de acordo com a CE.
De acordo com o Executivo comunitário, dessa forma os médicos poderão prescrever aos pacientes combinações personalizadas de remédios contra a malária. O projeto foi desenvolvido em resposta à cada vez maior evidência de que os parasitas que transmitem a malária estão "mutando" para resistir aos "poderosos tratamentos de combinações de remédios" contra a doença, que incluem o componente da artemisinina, explica a CE.
A comissária europeia de Pesquisa, Inovação e Ciência, Máire Geoghegan-Quinn, afirmou que "a metade da população mundial está em risco de sofrer malária e um diagnóstico rápido e certeiro é essencial para lutar contra a doença, da mesma forma que novas vacinas, remédios e métodos para controlar sua propagação". A comissária irlandesa lembrou que, desde 2002, a UE investiu mais de 209 milhões de euros em pesquisa no campo da malária.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2010 foram registrados 219 milhões de casos de malária no mundo e aproximadamente 660 mil pessoas morreram por causa da doença, na maioria, menores de cinco anos.
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