Artigo de autoria de Ariane Franco, assessora de comunicação da Clínica Unifert.
Uma das questões mais delicadas em jovens pacientes diagnosticadas com câncer é em relação a sua fertilidade. Dependendo do estágio da doença, elas são submetidas às sessões de quimioterapia, o que as deixam estéril.
Entretanto, existem algumas técnicas para preservar o desejo de engravidar dessas pacientes. A mais recente, é a Criopreservação do Tecido Ovariano. Ainda é uma técnica muito recente em todo o mundo, e que consiste no congelamento do tecido ovariano dessas mulheres, assim que for diagnosticado o câncer, e re-implantado assim que o tratamento seja finalizado.
O único brasileiro selecionado a participar de uma capacitação que envolve esta nova técnica é o biólogo capixaba Irineu Degasperi (http://www.facebook.com/irineu.degasperi) da Unifert – Centro Avançado de Reprodução Humana (http://www.unifert.com.br). O curso ministrado pelos doutores Vladimir Isachenko e Eugênia Isachenko, responsáveis pelo primeiro nascimento após criopreservação de tecido ovariano na Alemanha, aconteceu entre os dias 18 e 20 de março, na Universidade de Cologne. Durante as aulas práticas, foram demonstradas como se deve retirar o tecido ovariano, a sua preparação, congelamento, descongelamento e re-implante do tecido, que visa a preservação da fertilidade dessas pessoas.
“No Espírito Santo, esta técnica não existe. Participar deste curso foi o primeiro passo que demos rumo ao futuro. Agora, será feito um estudo de viabilidade para planejarmos quando vamos iniciar esse procedimento, uma vez que, os equipamentos utilizados são totalmente específicos e constatamos que existe uma demanda”, destaca Irineu.
Na Europa, aproximadamente 26 bebês nasceram a partir desta técnica, que ainda é muito recente.
A principal vantagem da criopreservação do tecido ovariano é de que este elemento saudável estará preservado por um tempo geralmente longo – entre 4 e 6 anos. “Inclusive, pode-se ocorrer uma gravidez natural. Por exemplo, uma paciente com 24 anos tenha sido diagnosticada com câncer, decide retirar o tecido ovariano com o objetivo de não se tornar estéril – uma vez que a quimioterapia tem este poder. Quando ela receber alta do profissional que está a acompanhando, é re-implantado no local onde era o ovário dela. Com cerca de 6 meses, essa mulher volta a menstruar e ter ciclos, e então ela está pronta para gerar um filho”, explica o biólogo.
Técnicas utilizadas hoje
Atualmente, as pacientes que possuem câncer podem contar com a Criopreservação de Embriões – embriões resultantes de técnicas de Fertilização In Vitro podem ser congelados para a implantação no útero após a realização do tratamento do câncer.
Ariane Franco
Jornalista - MTB 1911/ES
Nenhum comentário:
Postar um comentário