Considerada um grave problema de saúde pública
no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado e pode ser causada
por vírus, consumo de álcool e drogas, uso de alguns tipos de remédios, além de
doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Existem cinco tipos de vírus causadores da
hepatite: o A, B, C, D e E. No Brasil, porém, os casos mais comuns são os tipos
causados pelo vírus A, B e C. Os tipos D e E são mais frequentes no continente
africano e asiático. No Brasil podem ser registrados nas regiões norte e
nordeste, devido à falta de saneamento básico em alguns locais.
Levantamento realizado pelo Ministério da
Saúde indica que 33 mil novos casos de hepatites virais são registrados no País
por ano. O maior número de infecções entre 1999 e 2011 é de hepatite B, que
atingiu 120 mil pessoas.
No mundo, a hepatite C é a que mais acomete as
pessoas, aproximadamente 3% da população mundial, 170 milhões de pessoas, são
portadores do tipo da doença. “A hepatite C é considerada a principal
causa de transplante de fígado em países desenvolvidos e responsável por cerca
de 60% das hepatopatias crônicas”, afirma Cátia Rejania Ribeiro de Melo,
coordenadora do Núcleo de Gastroenterologia do Hospital Samaritano de São
Paulo.
As hepatites virais têm como sintomas mais
frequentes o cansaço, tontura, enjoo, febre, dor abdominal, pele e olhos
amarelados, urina escura e fezes claras. Os sintomas, no entanto, muitas vezes
não são facilmente identificados, dificultando o diagnóstico da doença, que é
confirmada por meio de exames de sangue específicos. “A incidência da hepatite
ainda é grande no Brasil e o grande problema é que seus sintomas não são tão
facilmente identificados”, destaca Cátia.
A hepatite tipo A é transmitida por meio da
ingestão de alimentos contaminados com fezes infectadas pelo vírus. O tipo B é
transmitido por meio de contato com sangue de uma pessoa que tenha a doença,
relação sexual sem uso de preservativo ou de mãe para filho, por meio do cordão
umbilical. O tipo C é transmitido somente por meio do sangue contaminado com o
vírus.
A especialista explica que todos os tipos de
vírus causam um quadro de hepatite aguda e, os tipos B, C e D, se não
tratados corretamente, podem evoluir para cirrose, mau funcionamento do fígado
e câncer hepático, além de infecção crônica e prolongada.
Algumas atitudes simples, porém, podem ajudar
na prevenção da doença. Manter as mãos sempre limpas e higienizadas previnem a
hepatite A. Já a hepatite B e C podem ser evitadas com o uso de preservativos
durante as relações sexuais, além de evitar o compartilhamento de seringas e
contato com sangue. “A hepatite B é a única que tem uma vacina de prevenção.
Ela foi criada em 1982 e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é
eficaz em 95% dos casos. Mais de um bilhão de doses da vacina já foram
utilizadas em todo o mundo”, conclui Cátia.
Hospital Samaritano
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