quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ES: mitos e verdades sobre o crack

 

Fonte: GAZETA ONLINE em http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/08/noticias/especiais/crack/943331-mitos-e-verdades-sobre-o-crack.html

24/08/2011 - 16h08 - Atualizado em 24/08/2012 - 06h34

 

Confira também alguns mitos e verdades sobre o crack, como gerar ou não dependência imediata

selo Rede contra o Crack

O Gazeta Online abriu um espaço para tirar as dúvidas dos internautas sobre o crack. As quatro melhores perguntas foram respondidas pelo médico especialista em dependência química João Chequer. Além das respostas, confira também os mitos e verdades sobre o assunto.

Liliane V. (24/08/2011 - 16:49)
Eu tenho um primo que usa droga, mas a mãe dele não sabe. E ele recentemente esta colocando sangue pelo nariz. Isso pode ser devido ao uso da droga?
Com toda certeza. Principalmente se a droga for cocaína. A cocaína provoca uma série de problemas, entre eles a destruição dos ossos do nariz, a sinusite.

Sleiman V. M. Nunes (24/08/2011 - 14:18)
Sabendo que o crack é uma das drogas mais comuns ao organismo humano, porque o consumo desse alucinógeno tem crescido a cada dia?
Justamente por ser uma droga corriqueira, barata. O indivíduo começa a usar o crack e não consegue mais parar. Por encontrar em qualquer lugar, fica mais fácil de utilizar. E as pessoas teimam em experimentar a droga.

Jussara (24/08/2011 - 08:31)
Ainda não ouvi dizer que alguém tivesse tido overdose por consumir crack. Quantas pedras um dependente químico suporta por dia, na busca pelo prazer da primeira pedra?
Jussara, não ouvir falar de overdose em crack é por falta de informação. O crack é cocaína. E a quantidade de cocaína utilizada, quando é grande demais, com certeza vai resultar em uma overdose. E a pessoa com certeza vai morrer. Agora, dizer quantas pedras são necessárias, isso depende de cada um. Se o usuário é acostumado a fumar dez pedras, de repente ele precisa de 12 para chegar à sensação da primeira. Overdose é conforme a velocidade que ele vai usar e as condições de destruição em que o corpo já está.

Felipe Amorim (22/08/2011 - 21:19)

Tratar o dependente de crack com ansiolíticos tarja preta não seria trocar uma droga por outra?

Não necessariamente. Em principio, a resposta é sim, pois a pergunta faz sentido. Mas quando você usa uma medicação para tratar algo que é pior, essa medicação tem doses definidas, além de prazos para começar e acabar o tratamento. O médico prescreve o remédio em quantidades pequenas. Já o crack vai matar a pessoa.

Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre o uso do crack:

Gera dependência logo na primeira experiência

Mito. Apesar de ser absorvido quase totalmente pelo organismo, apenas o uso recorrente do crack causa dependência. Diferentemente de outras drogas, entretanto, o crack causa sensações intensas e desagradáveis quando seus efeitos passam, o que leva o usuário a repetir o uso. Esta repetição, junto com o efeito potente da droga, leva o usuário a ficar dependente de forma mais rápida.

Só atinge a população de baixa renda

Mito. O crack foi considerado inicialmente uma droga 'de rua'. Por ser barata e inibir a fome, muitos moradores de rua e pessoas em situação de miséria recorrem à droga como medida paliativa. O contexto social do usuário também é um fator agravante - é mais comum uma pessoa se tornar usuária de crack quando o meio social facilita o acesso. Apesar disso, hoje o crack atinge todas as camadas sociais.

O usuário corre mais risco de contrair DSTs/AIDS

Verdade. Isso ocorre porque os usuários da droga costumam adotar comportamentos de risco, como praticar sexo sem proteção. Influenciados pela necessidade de consumir o crack, muitos usuários crônicos também recorrem à prostituição para conseguir a droga.

"Meu filho consome crack e eu penso em denunciar o traficante. Nesse caso, meu filho será penalizado também"

Mito. A pessoa que denunciar o traficante tem sua identidade preservada pelas autoridades policiais, portanto, seu filho usuário não será exposto. Porém, apesar da lei de drogas prever que o uso de drogas não seja punido com restrição de liberdade, o porte de drogas continua sendo crime no Brasil.

O médico é obrigado a notificar a polícia quando atende um usuário em situação de intoxicação aguda

Mito. A legislação brasileira não obriga profissionais da área médica a notificar a polícia sobre os atendimentos realizados a usuários de drogas em situação de intoxicação aguda. As autoridades policiais são chamadas apenas em casos extremos, em que o comportamento do paciente põe em risco sua própria integridade física ou a saúde de terceiros.
O crack é um problema dos grandes centros urbanos
Mito. O crack é amplamente consumido na região de São Paulo e avançou rapidamente para a maioria dos grandes centros urbanos de todo o país. Porém, já existem relatos de cidades do interior e mesmo de zonas rurais afetadas por problemas relacionados ao tráfico e consumo desta substância.
O crack é pior que a maconha e a cocaína
Verdade. O crack e a maconha são drogas com efeitos diferentes. Uma vez que o crack deixa o indivíduo mais impulsivo e agitado e gera dependência e fissura de forma intensa, ele termina tendo um impacto maior sobre a saúde e as outras instâncias da vida do indivíduo do que, em geral, se observa com a maconha. Em relação à cocaína, apesar de serem drogas com a mesma origem, o efeito do crack é mais potente do que a cocaína inalada. Por ser fumado, o crack é absorvido de forma mais rápida e passa quase que integralmente à corrente sanguínea e ao cérebro, o que potencializa sua ação.

O crack sempre faz mal à saúde

Verdade. O uso dessa droga compromete o comportamento como um todo. Por ser uma substância altamente estimulante, várias funções ficam comprometidas, mas as mais afetadas são a atenção e a concentração, a falta de sono, além de gerar quadros de alucinação e delírio.

É possível se livrar do crack

Verdade. É possível se recuperar da dependência do crack. O usuário deve procurar tratamento adequado e contar com apoio familiar, social e psicológico para superar a dependência química.
O usuário de crack é sempre violento
Mito. Usuários que já possuem uma tendência à agressividade podem ficar mais violentos quando estão na fase de 'fissura' ou abstinência da droga. Apesar de haver sempre uma deterioração das relações sociais, especialmente no ambiente familiar, a violência não é uma conduta padrão.
Usuárias de crack não podem amamentar

Verdade.
Mães usuárias de crack devem receber tratamento imediato com a suspensão do uso da droga e da amamentação durante o período necessário para eliminar as substâncias tóxicas do organismo. Após esse período, e sob supervisão médica, a amamentação está liberada.

O crack também prejudica o feto

Verdade. O crack prejudica o desenvolvimento do feto por alterar a saúde física da mãe e passar à corrente sanguínea do futuro bebê. Isso pode reduzir o fluxo de oxigênio para o feto, causar graves danos ao sistema nervoso central e alterações nos neurotransmissores cerebrais. Também há maior risco de aborto espontâneo, hemorragias, trabalho de parto prematuro, além de diversas malformações físicas e baixo peso ao nascer.
Bebês de mães usuárias nascem já dependentes
Mito. Bebês expostos ao crack durante o período fetal não são dependentes da droga. Não há comprovação científica de que eles desenvolvam abstinência na ausência do crack. Os sinais e sintomas que eles podem apresentar durante o período neonatal estão mais relacionados a alterações nas substâncias químicas do cérebro (neurotransmissores), que poderão ser ou não temporárias.

Algumas pessoas têm predisposição genética para se tornar dependente do crack

Verdade. Existe sim uma predisposição genética à dependência química. No entanto, não somente ao crack, mas a outras substâncias químicas, como o álcool, por exemplo.

Fonte: Portal Brasil

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