publicado em 05/05/2013 às 09h59:00
Segundo pesquisa da Fiocruz, dos 108 mil casos de intoxicação registrados no país, 30% ocorreram pelo uso de medicamentos
Imagem: Divulgação/Ministério da Saúde
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Entre as causas de intoxicação registradas em todo o Brasil, os medicamentos ocupam o primeiro lugar, à frente dos produtos de limpeza, dos agrotóxicos e dos alimentos estragados.
A informação tem como base pesquisa do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz. O levantamento mostrou que dos quase 108 mil casos registrados de intoxicação humana, os medicamentos lideraram a lista de principais agentes tóxicos com 30,5% das ocorrências.
Em decorrência deste cenário. o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado neste domingo (5), tem como objetivo alertar sobre o uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação, principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação por remédios.
O uso irracional além de gerar custos ao paciente, que pode não estar sendo tratado da maneira mais adequada e assim levará mais tempo para a cura, também onera o Sistema de Saúde. De acordo com a farmacêutica e consultora técnica do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Minitério da Saúde (MS), Geisa Maria Grijó, os exemplos de automedicação são muitos. " Conheço o caso de uma pessoa que ficou tomando chá durante um bom tempo para curar gripe. Além de não curar, ela acabou tendo um quadro de pneumonia severa e ficou internada durante um mês. Um prejuízo para o organismo dela e um gasto para a saúde. Às vezes, ao invés de se ajudar, a pessoa está se prejudicando por querer se curar sem saber exatamente o que tem. Ela poderia ter evitado isso indo ao médico e tomando os remédios certos" .
" Têm pessoas que tomam dois comprimidos de remédio para dor de cabeça porque acham que um só não vai fazer efeito. As pessoas têm que entender que o medicamento também é uma droga. É um principio ativo de uma droga. Em excesso ou com mau uso pode trazer malefícios. O médico que prescreve também precisa estar atualizado com informações isentas de interesses da indústria farmacêutica. A prescrição deve sempre vir acompanhada de uma orientação adequada, pois de nada adianta um paciente tomar determinado medicamento para pressão alta ou diabetes, por exemplo, e não seguir outras orientações de cuidados com a saúde," completa Geisa.
Uso racional
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso racional acontece quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. O uso racional também implica na oferta de tratamentos, insumos e tecnologias com base nas melhores práticas terapêuticas e assistenciais, amparadas em evidências científicas seguras, estudos clínicos com resultados confiáveis, e que, principalmente, tenham sido avaliados pelas instâncias regulatórias e de fiscalização no País, no caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para incentivar o Uso Racional de Medicamentos, o Ministério da Saúde mantém uma l além de coordenar o Comitê Nacional para Uso Racional de Medicamentos, incentivar o ensino deste conteúdo nos cursos de graduação e pós-graduação.</LINK=3722>
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