quarta-feira, 8 de maio de 2013

Dois casos de bactéria NDM são registrados em Porto Alegre, diz SES

 

05/05/2013 21h43 - Atualizado em 07/05/2013 10h54

 

Casos foram registrados no mês de março no Hospital Conceição. Microrganismo é resistente a ação dos antibióticos mais poderosos.

Do G1 RS

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmou dois casos da superbactéria NDM (New Delhi Metallobetalactamase) no Hospital Conceição, em Porto Alegre. É a primeira vez que a infecção por este microrganismo considerado altamente resistente ao tratamento por antibióticos é registrada no Brasil, diz a SES.

Na sexta-feira (3), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CESV), em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, emitiu uma nota técnica notificando o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e todos os hospitais do estado sobre os casos.

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Os dois casos foram detectados no mês de março, em pacientes que passaram pela emergência do hospital em determinado intervalo de tempo. Um caso foi de infecção e outro de colonização, explica a nota. As razões ainda não são totalmente esclarecidas.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) informou que a direção da instituição não vai se manifestar sobre os casos, seguindo orientação que foi repassada pelas próprias autoridades de saúde.

Descrita pela primeira vez na literatura médica em 2009 em um paciente sueco que esteve hospitalizado na Índia, a bactéria NDM é resistente aos antibióticos carbapenêmicos, usados para combater infecções graves. Em 2012, foram notificados casos no Uruguai, Colômbia e Paraguai. 

Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição (ASERGH), Arlindo Nelson Ritter, a bactéria teria chegado ao hospital por um paciente vindo do Uruguai. Ele diz que ambos os pacientes permanecem internados no hospital, em isolamento.

O presidente da ASERGH diz ainda que o Conceição vive uma epidemia de contaminações por superbactérias, cuja causa seria a terceirização dos serviços de limpeza e supostos problemas na gestão do hospital.

“O que mais nos preocupa não são esses casos de NDM, mas os de KPC”, disse Arlindo aoG1, citando outra bactéria resistente. “Em 2011, tivemos 17 casos no hospital. Em 2012, esse número saltou para 177. Esse ano temos uma média de 25 casos por mês”, acrescentou.   

Na última quinta-feira (2), Arlindo ocupou a Tribuna Popular da Assembleia Legislativa para pedir providências das autoridades sobre a situação no hospital. Segundo ele, uma audiência será marcada na Comissão de Saúde da Assembleia para discutir o caso.

Conforme a nota emitida pela SES, a contaminação pela NDM é de alta gravidade. “As opções terapêuticas tornam-se limitadas gerando não só impacto clínico, mas também epidemiológico, uma vez que a transmissibilidade do gene de resistência ocorre por elementos genéticos móveis”, diz trecho do texto.

O documento também contém recomendações, como a coleta de material para análise em pacientes vindos de outros serviços de saúde do estado, do país ou do Exterior. Os pacientes nos quais for constada a presença de bactérias resistentes devem ser mantidos em isolamento.

As autoridades de saúde também recomendam reforço nas medidas de controle de infecção, como higienização de mãos dos profissionais e do ambiente hospitalar, considerados fundamentais para evitar a disseminação de microrganismos multirresistentes.

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