quarta-feira, 6 de março de 2013

Dengue: Belo Horizonte inova e vira exemplo em redução de casos

 

Fonte: BLOG DA SAUDE em http://www.blog.saude.gov.br/dengue-belo-horizonte-inova-e-vira-exemplo-em-reducao-de-casos/

6 de março de 2013

O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) mostrou que o município de Belo Horizonte conseguiu reduzir o número de infestação da dengue nas residências (conhecido como Índice de Infestação Predial), de 4,2 em janeiro de 2010, para 1,9 em janeiro de 2013. Apesar de ainda ser uma localidade considerada de médio risco, o município passou a ser exemplo por ir além das exigências feitas pelo Ministério da Saúde e implementar medidas inovadoras de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Um das iniciativas surgiu a partir da observação do próprio LIRAa. O levantamento dividido por regionais serve para identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor. A partir desse estudo, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte elaborou um novo levantamento, divido por bairros, e o divulga periodicamente no site da prefeitura e através da imprensa local. A intenção é aproximar esses números do cotidiano do cidadão mineiro.

O secretário adjunto da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, explica a iniciativa: “A metodologia clássica do LIRAa faz um extrato por regionais de 8,5 mil a 10 mil imóveis. Nós fizemos um pequeno ajuste nela e passamos a divulgar por bairro. Quando eu dou o resultado do bairro Lourdes, Sagrada Família, Pompéia, por exemplo, eu estou falando de onde o cidadão mora. Ele se identifica melhor e passa a se preocupar mais”, destaca o secretário.

Bonificação ao agente – Outra medida adota pelo município foi a bonificação variável para estimular os agentes de combate à dengue. Os trabalhadores que cumprirem as metas estipuladas pela secretaria irão receber um 14° salário. “Um agente é responsável por uma área de 800 a 1000 imóveis. Na meta dele tem um limite máximo de casos de dengue esperado para a área onde ele trabalha. Interessa ao agente que o número de casos na área dele não cresça para não afetar o indicador e, consequentemente, a sua pontuação. Mas se o distrito dele está dentro do esperado ele pontua e recebe a bonificação. Se percebe um caso de suspeita de dengue é do interesse dele que seja notificado para que não se expanda na área dele”, comenta.

Foto: Agência Brasil

Outras medidas – Através de carro de som e faixas a secretaria leva até os bairros a mensagem de existência de alto risco de epidemia de dengue no local. Também existe um número disponível para os mineiros informarem possíveis focos de larvas do mosquito, é o número 156. “Quando a pessoa ouve a mensagem ou vê o índice do seu bairro na internet, ela se sente diretamente ameaçada e o número de ligações com denúncias e reclamações aumenta. Acredito que os municípios devem exercitar essa maior proximidade com a necessidade da população e com as especificidades de cada lugar. O aumento ou redução dos casos de dengue é de responsabilidade sanitária do gestor local. Por isso, tomamos essas iniciativas e os resultados nos indicam que as medidas que tomamos são promissores e satisfatórias”, explica o secretário.

Região Sudeste – A dengue é uma doença com característica sazonal, ou seja, que se concentra em um mesmo período do ano. No Brasil esse período ocorre no verão, devido à maior ocorrência de chuvas e do aumento da temperatura. O aparecimento do mosquito é mais comum em regiões urbanas, principalmente nas cidades maiores, onde há mais aglomeração de habitantes. Por isso, a região Sudeste concentra os maiores focos em depósitos domiciliares do país, com 63,6%.

Campanha – Com o slogan “Dengue é fácil combater, só não pode esquecer”, a campanha desde ano incentiva a população a praticar medidas simples de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. A campanha também alerta sobre os sinais e sintomas da doença e quais as principais medidas que devem ser adotadas, em caso de suspeita. A campanha é dirigida à população em geral, gestores, lideranças comunitárias, movimentos sociais, entre outros.

Camilla Terra / Blog da Saúde

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